domingo, 16 de dezembro de 2012

A bunda da tia.


 

O departamento de Toxicologia da Policia Técnica de São Paulo em estudo recente constatou a concentração tóxica poderosa da maconha em circulação no estado e seu efeito avassalador entre os consumidores de uma droga até então de leve letalidade ao organismo humano. Bem distante, pois, daqueles inocentes baseados que rolavam de mão em mão, nos anos 70, em sessões musicais em apartamentos de amigos, nos DA’s da UFBA, na Praia dos Artistas e Ponta de Humaitá, como companhia aos livros de Hermann Hesse, show dos Novos Baianos, Diana Pequeno, nos papos cabeças nos jardins do ICBA enfim, bem antes de descobrirem que o “barato” podia ser uma alta fonte de renda. E foi o que se viu, lamentavelmente.

Também um pouco distante do verão de 87/88, conhecido como o verão Da lata, graças a um navio panamenho com destino a Miami, que se viu acossado nas costas brasileiras pela nossa policia marítima e para fugir do flagrante jogou ao mar o carregamento de maconha enlatada. “A novidade veio dar na praia” em mais de 3.000 quilômetros do litoral brasileiro do Rio Grande do Sul até Vitória, com maior concentração em São Paulo e Rio. Quem viveu o momento conta que à noite as praias de Praia Grande, em Ubatuba, Arpoador e Leme no Rio eram tomadas por procissões de zumbis em busca “da lata”, cuja qualidade do produto era confirmada por consumidores de apurado gosto “fumacê” cujos nomes não convêm revelar.

Todo este introito em torno da “cannabis sativa” vem a propósito de alguns comportamentos assumidos, ultimamente, pela nossa rainha do rock, a tia Rita Lee. O último ou aquele que talvez pudesse sê-lo foi o quiproquó em Aracaju com discurso considerado ofensivo aos policiais que resultou em seu encaminhamento à Delegacia de Policia, abertura de inquérito e pagamento de multa. Ali, Rita dizia ter sido o último show de sua carreira, que não mais subiria em palco, mas que não se afastaria da música, o que se cofirmou com o lançamento de seu último e bom disco Reza. Mas, a tia não cumpriu a palavra e voltou aos palcos em Brasília, onde em determinado momento do show arriou as calças e mostrou a bunda para a plateia. Espantada e constrangida com aquela parte de sua anatomia, a plateia reconhecia que um traseiro como aquele jamais deveria ser mostrado, mas amarrado ou esquecido em casa antes de vir a público. Parece que a tia tá consumindo uns baseados com aquele material analisado pela Policia Técnica de São Paulo, o efeito é de fato avassalador ainda mais para quem tem uma cabeça rodada por tantas outras viagens. Se segura tia!.
 
Foto: Marcelo Ferreira - A.Press 

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