sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Oscar Niemayer para baianos!

Hoje pela manhã, ao ouvir o Ricardo Boechat na Band News FM, como faço com certa frequência, ele bradava indignado contra um colunista da VEJA que ele se recusava a citar o nome e, responsável por uma matéria em seu blog intitulada “Morre Niemayer - 50% gênio e 50% idiota”. Se ainda fizesse parte daquela cloaca imunda e fétida, o pândego Diogo Mainardi, ficaria em dúvida qual deles teria sido o autor da baboseira, se este ou aquele a quem o Boechat se recusava a citar o nome. Como o amargo e ressentido Mainardi não faz mais parte daquele lodaçal jornalístico, a autoria da infâmia só poderia mesmo ser atribuída à “louca” que recusamos citar o nome. Não deu outra! Estava lá na rede o arrazoado ultra-direita do “blogueiro” mal resolvido política, e ao que parece, sexualmente para quem o fato do Niemayer ser comunista e ativista humanitário deporia contra a genialidade de seu traço, sua obra. O ódio raivoso e doentio a quem não pensa igual a nós, impele figuras moribundas como essa a confundir o profissional, o artista genial, com o cidadão e a sua liberdade de professar seu credo, democraticamente.

Como sempre tive interesse pelas linhas retas e curvas e que me levaram à reprovação em dois vestibulares para Engenharia Civil, na UFBA, conheço críticas a obra do grande arquiteto, motivadas pela perda de funcionalidade e ocupação plena dos espaços criados em favor da estética e da plasticidade da obra. Fico com a beleza, a monumentalidade de obras traduzidas em catedrais, igrejas, palácios, prédios, museus, esculturas, pista de samba tudo aquilo que seu olhar de criador interferiu no espaço, na paisagem espalhando beleza.

Salvador não teve o privilégio de receber o traço público de Niemayer, através de obras que se tornassem marca e referência na cidade. Mas, segundo o jornal A Tarde não ficamos órfãos do traço do arquiteto. No Cemitério de Quinta dos Lázaros, por exemplo, compõe a sepultura de Carlos Marighela, uma escultura em tamanho natural do líder guerrilheiro, do mesmo modo que orna a Praça de Oxum no Terreiro da Casa Branca, um prosaico barquinho branco que de acordo com o povo de santo levaria oferendas para a rainha das águas. A política e as manifestações populares sempre nortearam a vida deste grande brasileiro.

Foto: Sepultura de Marighela (Salvador-Bahia)

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