A Assembleia Legislativa do Estado da Bahia em um dos seus últimos atos antes do recesso legislativo negou a concessão do título de cidadão baiano ao Ministro Joaquim Barbosa. Casou surpresa a negação da honraria a uma personalidade negra em uma cidade, e estado, predominantemente negra ou fortemente miscigenada. Se fosse apenas esse o viés da recusa dos parlamentares quanto ao “oba oba”, tudo bem, mas o que motivou na verdade esta descortesia com o “pop star” foi um componente político sempre aceso toda vez que esta figura é lembrada, despertando as mais apaixonadas e estridentes discussões. E a coisa descamba para o partidarismo, para o jogo político que foi combustível de toda aquela encenação solene mas, solerte em suas intenções de grande farsa midiática.
O “não” teve também o caráter de recado a uma personalidade que jamais será unanimidade nacional como a sua vaidade, sua excentricidade, seu desmedido personalismo tanto buscou, independente de suas possíveis qualidade jurídicas. A sua passagem pelo Supremo Tribunal Federal, também será lembrada pela grosseria, pela falta de educação, pelos ataques de estrelismo em relação aos seus pares, em bate-bocas só compatíveis com o bar da equina que propriamente com o plenário do órgão máximo do Judiciário brasileiro.
Aliás, com relação a esta instituição nunca é demais lembrar, ou nunca esquecer, que foi o STF que sucumbiu aos caprichos do ditador do Estado Novo, Getulio Vargas e entregou às autoridades nazistas a militante comunista Olga Benário, alemã de origem judia, companheira do líder Luis Carlos Prestes, grávida, onde morreu nos campos de concentração de Hitler. A filha de Olga, Ana Leocádia, sobreviveu e depois de algum tempo ela foi expatriada para o Brasil, onde ainda vive entre nós
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