Existem dias de
sol e dias quentes, tórridos, desérticos como estes do sertão, assolados por
uma seca que se prenuncia de uma penúria franciscana, sem tempo para acabar.
Como se não bastasse o sol abrasador, o pior são as suas consequências e o rol
de destruição que se arrasta como o manto de uma bruxa má, entregando a falta d’água,
o desabastecimento, a morte de rebanho, a desolação.
Do outro lado
quente do sol, se apresenta a costa brasileira, em especial a nordestina e sua
luminosidade intensa, uma movimentação frenética de turistas, festas, shows,
bares da moda ou fora num contraste daquilo que o sol é capaz de trazer; a
festa, a farra ao invés da fome e da sede. “Oh mundo tão desigual/ tudo é tão
desigual./de um lado este carnaval/de outro a fome total”.
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