quinta-feira, 11 de julho de 2013

Estandartes da revolta e da ironia



As manifestações que ocuparam e voltarão a encher as ruas, praças e estradas das grandes, médias e pequenas cidades brasileiras não trazem apenas a legitimidade de seus protestos e reivindicações, mas o bom humor expresso em seus cartazes e faixas, que acabam sendo a nossa cara, nossa identidade de comportamento. Fulo da vida, mas sem perder a ternura, sem perder a piada, a gozação.

Diferentemente das centrais sindicais, CUT, Força Sindical, CTB e outras mais, que em suas passeatas e organizações estão recheadas de faixas confeccionadas em gráficas, banners e estandartes de coloridos designs, fantasias, megafones, imensas bandeiras que são, evidentemente, bancadas pelas tesourarias destas centrais, abarrotadas de grana e, que vez por outra joga para a geral, para seu público, justificando o mandato para o qual seus mandatários foram eleitos. Assim como aquela laia encastelada nas cuias de queijo, prá cima e prá baixo, que representam o Congresso Nacional e da qual não fugimos da culpa por colocarmos a camarilha lá, até para legitimar o estado democrático que nos permite estas mesmas reações indignadas. Nada valem e, até nem nos representam, mas fazemos de conta que sim, pois pior seria sem eles, como sabemos.  

Aqueles que abrem mão de tais representações sindicais e políticas, de carro chefe, de ordens ao pessoal, como estudantes, artistas, aposentados, médicos, profissionais liberais, servidores públicos e privados etc, estes põem suas próprias cobranças, seus pleitos, a seu modo, na nossa tão familiar folha de cartolina onde com a ajuda de um Hidrocor, uma Pilot escancaramos nossa ira, nossa indiferença, a nossa grande decepção. Aqui está a verdade da sociedade brasileira, sem cordas, sem amarras; retada, mas alegre.  

Fotos: Cartazes de Manifestantes

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