Há pouco tempo atrás recebi uma notificação da Receita Federal, solicitando o meu comparecimento a sua sede na Tancredo Neves para tratar de assunto do meu interesse. Confesso de antemão o meu total desinteresse em convites semelhantes para falar de algo como receita, renda, impostos já que são parâmetros sobre os quais a minha vida jamais se balizou. Não é, nem foi, esse o entendimento do Leão. Tanto que o meu beneficio do INSS, como aposentado, para mim qualquer que fosse a faixa daqueles proventos ele estaria isento de qualquer taxação. E assim, a atividade remunerada que exerci durante 05 anos a partir de 2006, como era de fato isenta do Imposto de Renda, embora não devesse se houvesse pelo patronato um mínimo de reconhecimento ao meu trabalho, imaginei que continuaria sem contribuir com as minhas obrigações fiscais. Ledo engano. A Receita Federal, o Leão, o país precisavam da minha parcela de sacrifício para a melhoria das estradas, da saúde, dos transportes, da educação, da gasolina para os aviões da FAB, para compra do spary de pimenta, essas coisas...
Aos olhos e às garras do Leão, o somatório da minha aposentadoria do INSS mais o salário por meu registro em Carteira do Trabalho me colocava como potencial contribuinte da Receita e assim teria que recolher, retroativamente, os impostos devidos a partir daquele ano em que comecei a ter uma outra fonte de renda. Inconformado, nada me restou que não mostrar fidelidade aos versos da Hino da Independência “verás que um filho teu não foge à luta”. Ainda que vã.
Recentemente, boquiaberto, li declarações do pastor Silas Malafaia, confirmando uma renda de 50 milhões anuais de sua igreja, arrecadação decorrente de ofertas de seus seguidores, sendo a quase totalidade dela oriunda de cartões de crédito. E entrega seus iguais como o afrodescendente Valdemiro Santiago, misto de milagreiro e cantor sertanejo, que junto a R.R Soares faturam em torno de 600 milhões a partir da memsa fonte, cartões de crédito. Por último, o arrasa quarteirão, Edir Macedo, com uma receita de 2 bilhões anuais. Não sei onde o Leão entra nesta história, pouco edificante, se finge que não ouve, não fala, não vê, pois um convertido obreiro evangélico, ou o poder da fé destes pastores é tamanho que consegue transformar o rei dos animais em uma cadela lerda, pulguenta, que de "muito gorda a faca já não corta".
Foto: Ilustrativa
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