quarta-feira, 17 de julho de 2013

Livre, solta e cínica.

Toda vez que o governo, ou algum partido político, fala em regulação da mídia, ela a grande imprensa se levanta em uníssono, e corporativa como sempre, faz marola, esbraveja contra os autores da ideia, afirmando que é um projeto contrário a liberdade de imprensa, é a volta da censura, o controle da notícia, blá, blá, blá entre outras baboseiras. Ela, a grande imprensa, cinicamente, sabe que não é assim, já que esta mesma regulação é posta em prática na maioria dos países europeus e nos Estados Unidos sem que com isso haja nenhum vestígio de limites à liberdade de expressão, a livre manifestação do pensamento.

O que se busca com a regulação da mídia não é o controle da informação, mas a sua democratização, o pluralismo de opinião, estabelecendo limites que inibam a formação do monopólio, este sim, o verdadeiro controle da notícia pelos grandes grupos que atuam no mercado das comunicações sejam as emissoras de rádio e televisão e os jornais. Dando nome aos bois; o que a Rede Globo de Televisão junto com os jornais Globo, Estadão e Folha fazem hoje no país é o domínio da informação, a ditadura da notícia, que é aquela que convém aos seus donos, como verdade. Basta ver as manchetes destes jornais, a cada manhã, como elas seguem o mesmo figurino hostil ao governo que não é a representação da elite branca e perversa que eles espelham. Desde o fim da era do “príncipe mulato da sociologia cabocla” que os governos que se seguiram aos inventores do “real”, todos ligados ao Partido dos Trabalhadores, sempre tiveram nos editoriais e manchetes desta mídia ditatorial, a ira e a fúria de possíveis escândalos sem a devida comprovação, distorção dos fatos, ilações, sofismas que maculam e mancham reputações como se fossem tribunais de última instância.

O que a regulação da mídia pretende como determina a lei, sem cumprimento, é que o direito de resposta seja de fato uma prerrogativa do denunciado e não um gesto de benevolência do acusador. Algo como a Escola Base, em São Paulo, é um exemplo emblemático da injustiça e da acusação sem provas. A Folha de São Paulo em uma campanha difamatória diária destruiu um centro de aprendizado que era referência de ensino na capital paulista, por suspeita de pedofilia, levando os seus donos à quase loucura, à prisão, ao descrédito e a execração pública. Menos de dois anos depois, nada do que foi motivo de extensas reportagens acusatórias pelo jornal tinha qualquer base condenatória, sendo ambos absolvidos por absoluta falta de provas.
 
E aí? É esta a liberdade de expressão que eles querem intocável. A liberdade de acusar, denegrir, ofender, caluniar e nada lhes acontecer.
 
Foto: Pichação em muro.

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