Quase sempre, por trás de todo moralista há um
mar de lama ou um córrego escuro e fétido a turvar suas posições críticas e a
carga de preconceitos atirada em todas as direções. Com o notório Marco Feliciano já se podia deduzir que
trás dos cabelos espichados e das sobrancelhas depiladas e de seu arrazoado
evangélico havia pelo menos uma mãe com o pé na roda ou na zona de atrito entre
o que é ou não moral.
Mãe de filho único, o contestado deputado, Dona Lúcia atendia jovens entre 15 e 16
anos levadas pelas próprias mães para que fosse efetuada a limpeza de seus úteros
de uma gravidez inconveniente para os padrões de Orlândia – SP e para as famílias do lugar. Marquinho, como é chamado pela mãe, em sua pregação contra o aborto
conta que várias vezes viu a mãe com as mãos sujas de sangue dos abortos
praticados, no que é desmentido pela própria ao afirmar que ele, Marquinho, tinha meses de nascido, nos
anos 70, quando ela atuava como serial killer de tantos fetos que lhe chegassem
às mãos.
Aliás, na mão, uma haste de metal era introduzida até o útero e
oferecida a indigitada paciente um “pingado”, mistura de cachaça com folha de
arruda, que na certa funcionava como analgésico para o procedimento brutal sem
qualquer assepsia. Com uma mãe dessas, Marquinho
tinha que ser o que é mesmo, Presidente
da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara
de Deputados.
Foto: Deputado Marco Feliciano
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