Para uma breve temporada, dois dias, hoje e amanhã, encontra-se na cidade a grande interprete, Nana Caymmi para apresentações no Teatro Castro Alves. É um acontecimento, já que a presença de Nana entre nós é muito rara, em parte por culpa dela própria que nutre por Salvador uma antipatia injustificada, cultivada por uma difusa mágoa quanto ao não reconhecimento da cidade por seu pai, o eterno Dorival. Uma querela que não vale a pena alimentar, tal a reverência que todas as gerações de artistas que precederam o pai de Nana, Dori e Danilo, têm por Caymmi, alem da cidade de Salvador que nunca lhe negou a imortalidade, dando seu nome a avenidas, praças, viadutos, erguendo estatuas, nominando troféus para premiação às artes em geral. Dorival é maior que o mar que ele magistralmente cantou e a cidade onde ele nasceu e que muito cedo trocou pelo Rio, cuja opção não arranha a sua biografia de mestre.
Fiquei sabendo do show de Nana, assim que cheguei a Salvador, mas a lotação já estava esgotada. Se soubesse com antecedência teria providenciado a reserva, restando a detestável busca pela escorcha dos cambistas, tentativa que farei, mas que provavelmente não cederei a sua sanha do dinheiro fácil e imoral.
Pelo sim pelo não vou alimentar a lista do meu MP4 com mais canções interpretadas por Nana, alem daquelas já rodam todos os dias. Mas, confesso a grande vontade de ver Nana cantando De volta ao começo, Não se esqueça de mim, Resposta ao tempo, Suave veneno, Você não sabe amar, Canção da manhã feliz, Fruta boa, além das canções marítimas de seu pai, o inesquecível Dorival.
Foto: Nana Caymmi
Nenhum comentário:
Postar um comentário