Acompanhamos
o cortejo do Dois
de Julho a partir da Ladeira da Soledade
até a Praça
Municipal, sempre com algumas paradas estratégicas ao longo do percurso
para amenizar o calor que fazia na cidade, naquele horário da manhã. Como
sempre estivemos presente em quase todos os anos da festa, não lembro de uma
afluência tão grande de participantes, seguindo a marcha ou observando das
janelas dos casarões da cidade velha.
Era também esperada a explosão de
protestos dos mais diversos setores da sociedade civil organizada ou mesmo sem
qualquer organização onde se pedia tudo: passe livre, reforma agrária, arquivamento
do projeto da cura gay, assembleia constituinte, liberdade para os passarinhos,
prisão para mensaleiros, veto ao ato médico, e reconhecimento da “optometria”
que até aquele momento desconhecia o que fosse, mas o sobrinho, afilhado e
médico com quem seguíamos a marcha me tirou da ignorância, pelo menos aquela.
Mas,
sobrou pesado mesmo para o governador, prefeito, deputados e apaniguados em
geral. Vaias, gritos, urros e até copo de cerveja atirado na cabeça do Jacques Wagner e
um empurra-empurra que segurança nenhum conseguiu conter. Com o clima que a
cidade vive, pelas manifestações quase diárias e raivosas, era previsível a
reação do público numa festa em que os políticos sempre usaram para o seu proselitismo
político, visando campanhas eleitorais. Pela reação de ontem não se elegeriam
nem síndico de prédio, tarefa que qualquer morador de condomínio foge como o
diabo da cruz, já que o 2 de Julho
sempre funcionou como aferição de popularidade de candidatos a qualquer coisa,
que pelo visto anda em baixa, no chão e rastejante.
Foto: Passagem do carro da Cabocla
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