Como garçom ou auxiliar de balcão no bar do
mano, na Praça Getúlio Vargas,
sempre perguntava ao cliente, quando ia atender ao pedido de uma cerveja:
- Casco verde ou casco escuro?
A preferência era sempre pelo casco escuro, mas
a pergunta era pertinente para não causar uma recusa por parte do freguês.
Nunca soube, muito bem, a razão da escolha, mas as cervejarias logo souberam,
tanto que não demoraram a uniformizar o vasilhame das cervejas, para as tais
garrafas escuras, quer dizer, marrom.
Os parcos conhecimentos de física e química que
esquecei ou perdi, juntamente com os vestibulares para ciências exatas, nas
salas da UFBA, serviram para alguma
coisa. O casco verde, pela claridade do seu vidro, facilitava uma maior
incidência dos raios solares, alterando a sua composição e, por conseguinte, o
sabor da cerveja. Façamos de conta que sim. Não vou sair, por ai, trombando com
a física, tampouco com a química, ou seus cientistas e adoradores.
Mas, prá mim era mais um chilique de biriteiro,
cuja especialidade, ou falta de assunto, é reclamar de tudo – da mesa em falso,
da calabresa crua, do mel de rapadura das caipirinhas e da descarga quebrada do
banheiro.
Foto: Ilustrativa
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