Uma programação de festa de São João, cuja atração principal é o
show de uma “coisa” chamada Pablo,
representante-mor de uma aberração inominável que atende pela alcunha de “arrocha”
– o velho bolero em rotação alterada – merece é desprezo. Já que essas
autoridades municipais se sentem acuadas por seus próprios munícipes, aqueles
mesmos que reclamam destas mesmas autoridades o atraso nos salários ou nas
prestações de serviço, deveriam num gesto de grandeza e sensibilidade política
reconhecer a incapacidade de seu municipio em promover tal evento, sob pena de
comprometar ainda mais as combalidas finanças públicas.
Essas autoridades
talvez até tenham esta compreensão do problema, embora hesite em comunicar a
decisão ao seu eleitorado, e ao dos outros, aquela massa eternamente ávida pelo
circo, independente do pão. Os dividendos políticos pelo gesto são devastadores
e, ninguém quer correr este risco de pagar a conta; esta, e outras.
Mas, deveriam deixar a tarefa para a iniciativa
privada. Que empresários e bandas banquem a festa, cobrem ingressos, personalizem
camisas, busquem patrocínio das cervejarias, contratem estrelas das paradas e
das baladas, aluguem um pasto, armem o mafuá e assim se fará o São João com Pablo, Anitta, Latino, Psirico qualquer bagulho desses, do qual o negócio
da música oferece às rumas.
Foto: Ilustrativa
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