O roqueiro Lobão
nunca foi propriamente um ídolo, se muito uma figura folclórica do rock Brasil-80, dentro daquela explosão de
boas bandas que predominaram e fizeram carreira no cenário musical da década.
Ele se notabilizou mesmo pelos maus tratos aos colegas, pelo uso de drogas, que
resultou em algumas prisões e, a criação de poucas melodias audíveis das quais “Me chama” é o único exemplo. A
decadência, a falta de espaço no show business nacional, o passar dos anos, o
descontrole verbal, transformaram Lobão
numa figura ressentida, agressiva, careta e extremamente reacionária, cujo fim
não poderia ser outro que não as páginas enlameadas da “revista veja”, onde
destila seu ódio e veneno de uma “vida bandida”.
O vocalista Roger, da banda paulista Ultraje a rigor é outro que não
suportou a aceleração do tempo, pois lhe faltava talento e força prá prosseguir
e sucumbiu ao conservadorismo e ao seu único sucesso, Inútil, cujo refrão sintetiza a sua pobreza musical e gramatical com
a constatação de “inútil, a gente somos inútil”. Hoje juntamente com Lobão representa a negação da rebeldia
do rock que protagonizaram um dia e, resmungam amargurados a falta de
reconhecimento e do pouco sucesso que tiveram em alguns momentos de suas vidas.
Os nossos ídolos mesmo, como Caetano, Chico, Gil, o Rei, Djavan entre
outros, sob a chancela do instituto Procure
saber, dirigido pela detestável Paula
Lavigne, tiveram suas carreiras arranhadas com o episódio das biografias
não autorizadas em que se posicionaram de forma a confrontar a liberdade da
expressão, que eles foram exemplares em sua defesa em outro momento da nossa
história. A polêmica que por muito tempo ocupou a mídia com ataque e defesa não
foi uma iniciativa bem sucedida, e deixou a pecha de conservadores e elitistas
em artistas que sempre professaram novas ideias e foram responsáveis pela
modernização de nossa música pós-bossa-nova.
Parece que os anos não são boa companhia aos
nossos artistas. O exemplo mais recente foi dado por Ney Matogrosso que longe do país verbalizou em uma rádio portuguesa,
opiniões que ele nunca teve a coragem de expressar por aqui. Mostrou aos
portugueses que seu conhecimento da nossa realidade não passa das manchetes dos
nossos (lá deles) grandes jornais e seus colunistas, pois a sua covardia é a
mesma da imprensa nativa, cujo pensamento ele reproduziu, como um papagaio.
“Nossos ídolos ainda são os mesmos/e as aparência não enganam não”.
Foto: Ney Matogrosso
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