Assim como o “Gervásio do Simão”, o baiano é cordial e, este é o nosso trunfo
hospitaleiro para recepcionarmos os visitantes que estarão por aqui, como demonstram as lotações de jogos como Espanha x Holanda ou Alemanha x Portugal, além de França x Suiça que ocorrerão por aqui pela Copa do Mundo 2014.
Vejo com candente espírito de sociabilidade
urbana, o modo como motoristas, cobradores, ambulantes, baleiros, baianas de acarajé, sorveteiros, profissionais
da área de serviços em geral, se tratam e se cumprimentam quando prestam seus
serviços e vendem suas mercadorias aos seus clientes agradecidos: “De nada
nêgo”, “oi nêgo”, “Deus te acompanhe nêgo”, “Jesus te abençoe nêgo”. E por ai
vão as saudações entre membros desses extratos sociais que se igualam e se
correspondem por uma convivência, ainda que seja na teoria, fraterna.
Talvez este derramamento de amabilidade desperte
algum espanto aos nossos visistantes, mas eles logo compreenderão a saudação já
que também serão assim tratados. O que merece mesmo certa atenção é com um
certo linguajar típicamente baiano, ouvido em conversasões de membros de qualquer
classe social, mas assimilável a qualquer brasileiro que venha assistir os
jogos aqui na Arena Fonte Nova.
Já
com os possíveis alemães, holandeses, franceses, iranianos, suiços, espanhóis que
por aqui aportarem na torcida das seleções de seus países, o buraco é mais
embaixo. Explicar a um alienígena o que significa “a culhão”, “aluado”, “ópai-ó”,
“mocofaia”, “gazo”, “fudistério”, “zuada”, “varapau”, “sacrista”, “pão donzelo”,
“se assunte”, “pucumã”, “primo carnal de Buck Jones”, “inhaca” é tarefa para
contorcionista ou então para o Dicionário
de baianês, do Nivaldo Lariú,
cujo exemplar deve andar na mochila de cada visitante, antes de fazer cara de
paisagem.
Foto: Grupo de turistas em Salvador
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