sexta-feira, 16 de maio de 2014

O baiano é cordial

Assim como o “Gervásio do Simão”, o baiano é cordial e, este é o nosso trunfo hospitaleiro para recepcionarmos os visitantes que estarão por aqui, como demonstram as lotações de jogos como Espanha x Holanda ou Alemanha x Portugal, além de França x Suiça que ocorrerão por aqui pela Copa do Mundo 2014.

Vejo com candente espírito de sociabilidade urbana, o modo como motoristas, cobradores, ambulantes, baleiros, baianas de acarajé, sorveteiros, profissionais da área de serviços em geral, se tratam e se cumprimentam quando prestam seus serviços e vendem suas mercadorias aos seus clientes agradecidos: “De nada nêgo”, “oi nêgo”, “Deus te acompanhe nêgo”, “Jesus te abençoe nêgo”. E por ai vão as saudações entre membros desses extratos sociais que se igualam e se correspondem por uma convivência, ainda que seja na teoria, fraterna.

Talvez este derramamento de amabilidade desperte algum espanto aos nossos visistantes, mas eles logo compreenderão a saudação já que também serão assim tratados. O que merece mesmo certa atenção é com um certo linguajar típicamente baiano, ouvido em conversasões de membros de qualquer classe social, mas assimilável a qualquer brasileiro que venha assistir os jogos aqui na Arena Fonte Nova

Já com os possíveis alemães, holandeses, franceses, iranianos, suiços, espanhóis que por aqui aportarem na torcida das seleções de seus países, o buraco é mais embaixo. Explicar a um alienígena o que significa “a culhão”, “aluado”, “ópai-ó”, “mocofaia”, “gazo”, “fudistério”, “zuada”, “varapau”, “sacrista”, “pão donzelo”, “se assunte”, “pucumã”, “primo carnal de Buck Jones”, “inhaca” é tarefa para contorcionista ou então para o Dicionário de baianês, do Nivaldo Lariú, cujo exemplar deve andar na mochila de cada visitante, antes de fazer cara de paisagem.  

Foto: Grupo de turistas em Salvador

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