quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Sabe de nada, inocente!

Após cinco meses suspenso por decisão do Conar, o comercial da “bomnegocio.com” estrelado pelo Compadre Washington volta hoje à TV. Assinado pela NBS, o filmete transformou o bordão em viral, que é uma técnica de marketing cuja propagação da marca ganha rapidez e intensa penetração no mercado.

O comercial saiu do ar devido a reclamações de espectadoras sobre o termo “ordinária” usado pelo cantor. Só que o Conar recebeu o triplo de pedidos para que o filmete fosse liberado.

Fonte: O Globo

Ombro amigo



Tirinha: Laerte

Amigo é prá essas coisas


Chamou atenção nos relatos de Mônica Waghabi, esposa de Magro do MPB-4, na elaboração do livro, As vozes do Magro, a referência ao apoio e a presença dos antigos companheiros do grupo, Aquiles e Miltinho. Do mesmo modo que soou estranho a omissão e a ausência de qualquer gesto de Ruy Farias, integrante original do quarteto, desde a sua formação inicial no Centro Popular de Cultura-CPC da UNE, em Niterói, quando eram ainda jovens e idealistas universitários.  

Ruy abandonou o grupo, em 2004, por razões nunca esclarecidas, mas cujas feridas ainda permanecem tristemente abertas, já que nem a morte parece ter conseguido cicatrizar. A voz e a presença de Ruy no MPB-4 era uma espécie de marca da rebeldia e do inconformismo político naqueles anos de chumbo que o quarteto bravamente atravessou, independente dos demais, todos mensageiros de uma nova era. Amigo é prá essas coisas, imortalizada pelo MPB-4, é a confirmação do talento do grupo, vale a pena ouvir de novo.

Vídeo: Youtube (Amigo é prá essas coisas - MPB-4)

O polivalente Nelson 70


O Canal Brasil começou a exibir, ontem, uma homenagem ao jornalista e compositor Nelson Motta, pelos seus 70 anos, através de 08 episódios a cada quarta feira, às 20, 30 hs, intitulado Nelson 70. O programa inicial traçou um rápido panorama do que se passará nos demais, privilegiando o seu lado compositor e entregando estas canções, todas grandes sucessos, a artistas diferentes das suas gravações originais, como Lenine em Certas coisas, grande sucesso de Lulu Santos, seu mais constante parceiro.

Mas será lembrado o seu trânsito em todas as correntes da nossa música desde o seu inicio pela bossa nova, de sua amizade com Roberto Menescal, João Gilberto e Tom Jobim, do apoio ao tropicalismo, assim como à Jovem Guarda, o Rock Brasil nos anos 80 e o seu aval ao pop, cuja expressão maior é Marisa Monte, sua grande descoberta. Um cara multifacetado, conforme se vê.

Esse lado bossanovista pode ser constatado ontem através da bela canção De onde vens, uma parceria com Dori Caymmi na surpreendente interpretação da jovem cantora portuguesa Cuca Roseta em um arranjo à base de violas portuguesas que nos leva ao fado, em grande estilo. Esta acabou sendo a única canção com execução integral, já que o que foi visto com relação aos demais artistas foram fragmentos de ensaios, discussão de arranjos, bate-papo e muitos mimos ao homenageado. Mas os próximos episódios prometem.

Foto: Cuca Roseta

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Vozes do Magro


Será lançado na próxima semana o livro Vozes do Magro, em que o músico e vocalista de um dos grupos mais importantes da música brasileira, o MPB-4, o Magro analisa os 15 discos iniciais de sua carreira com destaque para os arranjos vocais e instrumentais concebidos por ele para determinadas canções. Sob a coordenação de sua esposa Mônica Waghabi, ela deu vida a um trabalho iniciado pelo Magro dois anos antes de sua morte em relatos manuscritos ou gravados e que nortearam todo o trabalho de composição do livro.

Em 2010, Magro foi diagnosticado com um câncer de próstata que durante 12 anos seguintes foi lhe consumindo as energias sem, no entanto, deixar os palcos, a música e o trabalho que agora se vê concluido, as Vozes do Magro. Segundo Mônica um de seus discos preferidos era o “de palavra... em palavra”, gravado no inicio de carreira onde constam canções admiráveis como Cravo e canela, Minha história, Pois é, prá quê, Valsinha. 

Por coincidência é também um dos discos do MPB-4 que mais gosto, pois conheço toda a discografia do grupo que fez parte de nossa trilha sonora, tanto musical, sentimental e política da qual faz parte o indelével arranjo e a participação na gravação de Chico para Roda Viva e Construção. Isto sem falar em seus próprios registros para Cicatrizes, Mordaça, Vira virou, Fé cega, faca amolada, Cio da terra, Cálice, Me gustan los estudientes, Linha de montagem, Galope e tantas mais, deste eterno MPB-4.

Foto: Convite de lançamento

Vidas barulhentas, em silêncio


Com toda a permissividade inimaginável que sempre invadem os noticiários diários, nem as novelas globais poderiam ter ido tão longe nesta desastrada imitação da vida. A responsável pelo crime absurdo, como tantos, ocorrido em 2002, em que um casal foi asassinado a mando da filha, pelo seu noivo e cunhado teve mais um desfecho inusitado.

A mandante dentro do presídio, onde já fora pastora evangélica, casou-se com uma detenta sequestradora e desimpedida de um relacionamento também com outra detenta. Taí um balaio de gato onde o inicio e o fim da meada não fazem qualquer sentido já que se confundem no horror e na promiscuidade em que o dinheiro, as drogas, a maldade, a frieza são componentes destruidores. 

Foto: Ilustrativo

Uma imagem


“O pescador tem o quê de garimpeiro. Acha que um dia vai tirar a sorte grande. É isso que o faz ir pro mar todas as manhãs. Ele joga a rede no mar com muitos desejos e tece a própria rede cheia de vontades. No fim, minhas fotos sobre eles não são crítica social, nem tentativa de resgatar, manter e preservar essa pesca artesanal que talvez deixe de existir. São só uma declaração de amor a esses homens.”
Roberto Linsker

Fonte: Estadão