A bonita canção, Cadê você? de João Donato e Chico Buarque, traz o verso “que linda cantiga do vento” que talvez remeta ao cair da tarde de inverno, nas folhas dos coqueiros, das árvores que silenciosamente o vento balança e beija. Não creio que a ventania, o temporal da noite passada que arrasta Salvador como uma velha sombrinha chinesa possa ter alguma beleza, qualquer encantamento, ao contrário, o constante sobressalto de imaginar que a janela do nosso quarto, aqui no sétimo andar, a qualquer momento venha desabar sobre nós. Mas, Chico sabe o que diz; os poetas não erram.
E a manhã parece seguir o mesmo zunir noturno da
feia sinfonia dos fortes ventos sobre a cidade, prenúncio de que teremos uma
eleição molhada o que pode ou não beneficiar determinado candidato, frente a
dificuldade de locomoção que tempos assim trazem. Que o sol apareça e faça algum
afago nesta primavera que ainda não se manifestou.
Foto: Ventania
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