Assisti ontem no Teatro Vila Velha na abertura do 7° Festival Internacional de Artes Cênicas da Bahia, o FIAC-Bahia, a peça E se elas fossem para Moscou? com o grupo carioca Cia Vértice de Teatro. O texto é uma adaptação
livre da peça As três irmãs do
escritor russo Anton Tchekhov em uma
linguagem não apenas teatral, mas também cinematográfica a partir de filmagens
que ocorrem dentro da apresentação e transmitida ao vivo em um telão para o Cabaré dos Novos, uma outra dependência
do Vila, na presença de outra
plateia.
A encenação é inquietante e provocadora o que
me leva a pensar que seja esta a busca do teatro para a manutenção de um
público que oscila entre as grandes plateias e as salas vazias desta admirável
arte secular. Não se assiste mais, passivamente, uma representação teatral com
o distanciamento entre palco e plateia como forma conhecida do que é mostrado
em cena com a cumplicidade do público. Agora, além de pensar a ação, você é também
voluntariamente ou não, um ator interagindo com o palco no desenrolar da trama,
mesmo que aquilo custe sempre desconforto aos tímidos e desajeitados, como eu. Mas,
que seja pela boa ação. Já que não é também o papel dos técnicos e
cinegrafistas que atuam na produção do filme e, que em determinados momentos se
tornam atores, até em cenas de nudez.
Quanto ao grupo, as três jovens cariocas, Isabel, Júlia e Stella, só aplausos
entre risos e lágrimas que comovem com a vida triste e desesperançada das
personagens, a ponto de uma explosão em busca da mudança, (vou passar um tempo
sem usar esta palavra, tal o seu desgaste neste tempo findo) de horizontes
menos sombrios e sem perspectivas. Bom começo para o FIAC-Bahia. Parabéns a Cia
Vértice, do Rio.
Foto: Cia Vértice de Teatro
Foto: Cia Vértice de Teatro
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