quarta-feira, 29 de outubro de 2014

O figurante e a modelo

Domingo eleitoral sai de casa andando pelas ruas para captar a pulsação da cidade, que em principio não pulsava tanto quanto no primeiro turno, o que era compreensível, pela quantidade de concorrentes e de cargos em disputa. Foi assim que entrei em um hotel na Barra, em busca do seu serviço de lanchonete e bar sem me dar conta ao passar, do vulto que estava na mesa ao lado e que instintivamente cumprimentei: bom dia. 

O hall de entrada, a recepção do hotel, só não estava vazio pela presença de um ou dois funcionários que retornaram o meu cumprimento, esboçando um riso de canto de boca como certo candidato destas eleições, que só depois viria saber a razão.

Ao voltar da lanchonete e ocupar uma das mesas em frente a amurada do Porto foi que percebi o vulto que havia cumprimentado, era uma escultura medonha de uma possível moça, da qual o artista tentou esculpir e que sua falta de destreza como escultor ou por deficiência da modelo resultou mais próxima do riso que da admiração. 

Como prova da minha desatenção com as obras de artes, pedi a funcionária que registrasse o flagrante, onde o figurante e a modelo se equivalem em figuras sem noção.

Foto: Pessoal

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