sábado, 25 de outubro de 2014

Um dia fui uma brasa

Um dos momentos mais legais do DVD do grupo carioca Casuarina é a participação de Frejat, cantando com o João Cavalcanti, um dos vocalistas do grupo e filho do Lenine, uma música de Adoniran Barbosa, a irônica Já fui uma brasa.

Adoniran, o grande sambista paulista, tem como característica de suas canções, seus sambas, rir da própria dor e acentuada por suas melodias tristes e nostálgicas, mas sempre com uma saída bem humorada de alguém que dissesse, se é isto que pode ser, faça-se a garapa. São exemplos mais notórios o Samba do Arnesto, Trem das Onze, Saudosa maloca, Tiro ao Álvaro e outras tantos. 

Com Já fui uma brasa a regra se mantém. Com a onda do iê iê iê e de expressões tão em moda na época da Jovem Guarda, como “é uma brasa mora”, ele lembra entre saudosista e melancólico o tempo em que o rádio tocava “Saudosa Maloca” e naquele momento não tocava mais, em razão daqueles jovens que ocupavam agora a programação das emissoras.

Mas, resignado sentencia no final “eu que já fui uma brasa, se um dia assoprarem, posso acender de novo”, pois já tinha acendido muita lenha no fogão. Bacana, o saudoso Adoniran.

Foto: Casuarina

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