Tinha pra todos os gostos. Não foi por falta de
reivindicação, de bandeiras, que o protesto de ontem foi um fiasco e vai a cada
dia minguando como a seriedade de seus organizadores e participantes. Uma coisa
os unia, o ódio anti-petista que se
espalha como baba de epiléticos nas golas das camisas pólos, verde amarela, (se
for de grife, melhor) e põe em risco não a governabilidade, mas a própria democracia,
onde o furor fascista se manifesta com a truculência conhecida.
Não
falo das outras cidades onde o circo foi montado e o desencontro entre os números
de acrobatas nas ruas, dado pelos organizadores e pela Polícia Militar, pois eles falam por si; mas de Salvador, mesmo não estando na cidade,
arrisco uns palpites pelo que vi. A quantidade de cinco mil pessoas estimada
entre o Farol da Barra até o Cristo está bem abaixo do que é capaz,
por exemplo, o bloco Filhos de Gandhi
trazer para a Avenida em dias de Carnaval. Com a vantagem de ser muito
mais representativo de nossa mistura racial e social que os “coxinhas” protestantes
Não que os frequentadores da Praia
de Aleluia em diante, consumidores do Shopping
Salvador, moradores do Itaigara,
Graça, Vitória não tenham o direito de protestar; claro que têm, afinal a
alienação e o analfabetismo político não é território apenas dos “que vivem na
terra esperando o que Jesus prometeu”. Embora a burrice petulante da classe
média seja mais acintosa e má que o desconhecimento dos que foram jogados no
mundo das sombras, largados ao Deus dará.
Fotos: Ilustrativas
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