domingo, 16 de agosto de 2015

Jovens tarde de domingo

Era dispensável a avaliação do IBOPE ou qualquer outro instituto de pesquisa de audiência televisiva naqueles 60, para saber que a nova atração da TV Record (esta não, a outra) para s tardes de domingo seria um sucesso “arrasa quarteirão”. Apresentado por jovens em inicio de carreira, a atração Jovem Guarda marcaria a música brasileira com um toque de jovialidade, já determinado pela bossa nova, mas agora com a nítida influência do furacão avassalador da “beatlemania”

Roberto, Erasmo e Wanderléa não só despertaram para os olhos dos jovens de todo o país, mas também arrastaram consigo novos artistas como Rosemary, Jerry Adriani, Wanderley Cardoso, Golden Boys, Trio Esperança. Waldirene, Leno e Lilian, Martinha, Deny e Dino, Renato e seus blue caps, Os Incríveis e muito mais. É verdade que alguns destes jovens não conseguiram de todo se desvencilhar da cafonice abolerada de anos atrás, mas os arranjos com guitarras, órgãos entre outras eletrificações, dava a modernidade pretendida, enquanto outros aprenderam a lição de casa com John, Paul, Ringo e George Harisson e foram fundo no bom e velho rock and roll.

É esta Jovem Guarda que chega aos 50 anos de idade, desde aquelas jovens tardes de domingo, “daquelas tardes de guitarras, sonhos e emoções. Velhos tempos, belos dias” que durou pouco, até 68, mas o suficiente para demarcar o terreno da música brasileira como um movimento renovador. Se o Rei envelheceu e se transformou num senhor neurótico, conservador e careta importa menos, que a sua importância como o grande nome da nova música brasileira, ainda que hoje sua música tenha envelhecido sem o frescor de outrora, mas o legado é, com a devida separação do joio e do trigo, muito bom.

Foto: Ilustrativa

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