Era dispensável a avaliação do IBOPE ou qualquer outro instituto de
pesquisa de audiência televisiva naqueles 60, para saber que a nova atração da TV Record (esta não, a outra) para s
tardes de domingo seria um sucesso “arrasa quarteirão”. Apresentado por jovens
em inicio de carreira, a atração Jovem
Guarda marcaria a música brasileira com um toque de jovialidade, já
determinado pela bossa nova, mas agora com a nítida influência do furacão
avassalador da “beatlemania”
Roberto, Erasmo e Wanderléa não só despertaram
para os olhos dos jovens de todo o país, mas também arrastaram consigo novos artistas
como Rosemary, Jerry Adriani, Wanderley Cardoso,
Golden Boys, Trio Esperança. Waldirene, Leno e Lilian, Martinha, Deny e Dino, Renato
e seus blue caps, Os Incríveis e
muito mais. É verdade que alguns destes jovens não conseguiram de todo se desvencilhar
da cafonice abolerada de anos atrás, mas os arranjos com guitarras, órgãos
entre outras eletrificações, dava a modernidade pretendida, enquanto outros
aprenderam a lição de casa com John, Paul,
Ringo e George Harisson e foram fundo no bom e velho rock and roll.
É esta Jovem
Guarda que chega aos 50 anos de idade, desde aquelas jovens tardes de
domingo, “daquelas tardes de guitarras, sonhos e emoções. Velhos tempos, belos
dias” que durou pouco, até 68, mas o suficiente para demarcar o terreno da
música brasileira como um movimento renovador. Se o Rei envelheceu e se transformou
num senhor neurótico, conservador e careta importa menos, que a sua importância
como o grande nome da nova música brasileira, ainda que hoje sua música tenha
envelhecido sem o frescor de outrora, mas o legado é, com a devida separação do
joio e do trigo, muito bom.
Foto: Ilustrativa
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