Só a burocracia e a gestão da coisa pública
podem explicar o início do processo de tombamento da casa onde viveu Carlos Marighella, na Baixa dos Sapateiros, em homenagem ao
político comunista e líder guerrilheiro. Em 2011, no início de seu segundo
mandato no governo, Jaques Wagner determinou a montagem de um grupo de trabalho
com objetivo de viabilizar o espaço, integrado pelo advogado Carlinhos Marighella, filho do
guerrilheiro, e pelo sociólogo e ativista Joviniano
Neto, do Grupo Tortura Nunca Mais.
O governo federal chegou a avalizar o pedido de
recursos para o projeto, sob o guarda-chuva do Instituto de Preservação Artística e Cultural da Bahia – IPAC, mas houve recusa no tombamento do
imóvel, pela sua diretora, confirmada em 2014, e a opção foi criar o espaço em
duas casas situadas nos números 28 e 30 da Rua
João de Deus, Pelourinho.
Com isso, o projeto inicial foi refeito, mas
não andou de lá para cá. As duas casas continuam fechadas, à espera de um
destino. Com a nova decisão do IPAC,
o governo terá que concluir o processo de tombamento do imóvel da Baixa dos Sapateiros, negociar com os
atuais donos a desapropriação, e restaurar o espaço. Agora, quatro anos depois
da novela, ninguém do IPAC arrisca
uma data precisa para, enfim, tornar o memorial em realidade.
Foto: Carlos Marighella
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