quinta-feira, 20 de agosto de 2015

É duro ser herói

Só a burocracia e a gestão da coisa pública podem explicar o início do processo de tombamento da casa onde viveu Carlos Marighella, na Baixa dos Sapateiros, em homenagem ao político comunista e líder guerrilheiro. Em 2011, no início de seu segundo mandato no governo, Jaques Wagner determinou a montagem de um grupo de trabalho com objetivo de viabilizar o espaço, integrado pelo advogado Carlinhos Marighella, filho do guerrilheiro, e pelo sociólogo e ativista Joviniano Neto, do Grupo Tortura Nunca Mais.

O governo federal chegou a avalizar o pedido de recursos para o projeto, sob o guarda-chuva do Instituto de Preservação Artística e Cultural da BahiaIPAC, mas houve recusa no tombamento do imóvel, pela sua diretora, confirmada em 2014, e a opção foi criar o espaço em duas casas situadas nos números 28 e 30 da Rua João de Deus, Pelourinho.

Com isso, o projeto inicial foi refeito, mas não andou de lá para cá. As duas casas continuam fechadas, à espera de um destino. Com a nova decisão do IPAC, o governo terá que concluir o processo de tombamento do imóvel da Baixa dos Sapateiros, negociar com os atuais donos a desapropriação, e restaurar o espaço. Agora, quatro anos depois da novela, ninguém do IPAC arrisca uma data precisa para, enfim, tornar o memorial em realidade.

Foto: Carlos Marighella

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