quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Sem amarras

O declínio das grandes gravadoras multinacionais impulsionado pela pirataria e pelas novas tecnologias, que facilitaram a troca de arquivos sonoros disponibilizados pela internet, através de downloads, provocou um arejamento no mercado musical de todo o mundo. As gravadoras que detinham a exclusividade sobre um número incalculável de artistas foram reduzindo este domínio a apenas àqueles artistas que davam retorno imediato, que eram lucrativos para as empresas.  

Assim, aqui entre nós ficaram uns gatos pingados e a tropa de sertanejos, estrelas e estrelinhas do axé e de pagodeiros sem noção como contratados, dando à grande maioria uma carta de alforria, sem atropelos e sem amarras. E cada um pode tocar a sua carreira do modo que lhe aprouvesse, sem obrigação de ganhar discos de ouro pelas vendas dos discos, nem a neurótica procura de um sucesso popular.

A internet foi então a ferramenta que muitos artistas precisavam para lançar um trabalho, ser ouvido e conhecido por um contingente de admiradores e seguidores que talvez nem fosse possível se atrelado a uma dessa grandes gravadoras. Vejo isso com freqüência no programa Estúdio Móvel apresentado pela baiana Liliane Reis, no TV Brasil, que nos põe em contato com bandas, músicos e artistas que jamais teriam esta oportunidade se não fosse esta facilidade de produzir discos em pequenos estúdios, quando não no quarto ou em salas de suas casas. 

Além da facilidade de arregimentar músicos e artistas para estes trabalhos a custo zero, de modo cooperativo e, movidos pela amizade e pela troca de experiência entre eles. Sem contar com o fato de ter a participação em seus trabalhos de artistas consagrados, mas que também tocam as suas carreiras de modo independente, sem precisar de autorização da gravadora para participar do trabalho de um jovem artista, com que guarda uma identificação musical. E a liberdade abriu suas asas sobre todos.

Foto: Estúdio Móvel e Liliane Reis

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