O declínio das grandes gravadoras
multinacionais impulsionado pela pirataria e pelas novas tecnologias, que
facilitaram a troca de arquivos sonoros disponibilizados pela internet, através
de downloads, provocou um arejamento
no mercado musical de todo o mundo. As gravadoras que detinham a exclusividade
sobre um número incalculável de artistas foram reduzindo este domínio a apenas àqueles
artistas que davam retorno imediato, que eram lucrativos para as empresas.
Assim, aqui entre nós ficaram uns gatos
pingados e a tropa de sertanejos, estrelas e estrelinhas do axé e de pagodeiros
sem noção como contratados, dando à grande maioria uma carta de alforria, sem
atropelos e sem amarras. E cada um pode tocar a sua carreira do modo que lhe
aprouvesse, sem obrigação de ganhar discos de ouro pelas vendas dos discos, nem
a neurótica procura de um sucesso popular.
A internet
foi então a ferramenta que muitos artistas precisavam para lançar um trabalho, ser
ouvido e conhecido por um contingente de admiradores e seguidores que talvez
nem fosse possível se atrelado a uma dessa grandes gravadoras. Vejo isso com freqüência
no programa Estúdio Móvel
apresentado pela baiana Liliane Reis,
no TV Brasil, que nos põe em
contato com bandas, músicos e artistas que jamais teriam esta oportunidade se
não fosse esta facilidade de produzir discos em pequenos estúdios, quando não
no quarto ou em salas de suas casas.
Além da facilidade de arregimentar músicos
e artistas para estes trabalhos a custo zero, de modo cooperativo e, movidos pela
amizade e pela troca de experiência entre eles. Sem contar com o fato de ter a
participação em seus trabalhos de artistas consagrados, mas que também tocam as
suas carreiras de modo independente, sem precisar de autorização da gravadora
para participar do trabalho de um jovem artista, com que guarda uma identificação
musical. E a liberdade abriu suas asas sobre todos.
Foto: Estúdio Móvel e Liliane Reis
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