terça-feira, 18 de agosto de 2015

Estupro imobiliário

O que os moradores de Salvador, da Bahia, do Brasil, têm a dizer - e FAZER, principalmente - sobre essa aberração, esse monumento à mais escancarada picaretagem, ao mau gosto, à barbárie, à burrice, à ferocidade..? Essa coisa grotesca (por ora só uma maquete) com 107 metros de altura, trinta e tantos andares que pretendem enfiar no Porto da Barra, e enfiarão se o povo for muito frouxo.

À esquerda de quem olha, e para quem não é do local, aquele "casarão" branco, num morrote pouco acima da água, é o Forte de São Diogo, construção do século XVII. Logo acima dele, meio escondida por coqueiros, está a igreja de Santo Antônio da Barra. O estupro imobiliário coletivo vem descendo a ladeira, para falar só dessa área. Começou no topo da Ladeira com outra aberração exatamente atrás da segunda mais antiga igreja do País, a da Vitória. Derrubaram a Mansão ali plantada e fizeram na marra e na grana, como desde sempre. 

O IPHAN não pode, mais uma vez, fugir de maneira pusilânime da responsabilidade, naquele jogo de empurra-empurra que precede todos os grandes estupros imobiliários em Salvador, na Bahia.

O que têm a dizer o prefeito ACM sobre isso, além do atribuir a decisão a algum burocrata sedento, alguma SUCOM da vida? Que o senhor prefeito ao menos dê sua opinião, claramente, para que a história possa guardar a posição do líder local, da maior autoridade da cidade em relação ao que faziam, ou não faziam, enquanto avançava a barbárie.

Texto: Bob Fernandes

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