quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Vou apertar, mas não vou acender agora

O sambista Bezerra da Silva nunca esteve na mesmo rol dos grandes nomes do samba, mesmo sendo um deles. Talvez porque seu estilo debochado e irreverente fosse incompatível com a sobriedade do samba, assim como daquela história da “lágrima clara sobre a pele escura”. 

Bezerra pulou fora com seus sambas cheios de grandes histórias e fatos de puro nonsense, dos absurdos do dia a dia dos morros, cujos títulos já despertam, antecipadamente, risos, antes do desenrolar dos acontecimentos, recheados de gíria das favelas e do mundo policial

Sequestraram minha sogra, Malandro é malandro, mané é mané, Pai veio 171, Defunto caguete, Minha sobra parece um sapatão e por ai vai, longe,  muito longe de Cartola, Nelson Cavaquinho, Adoniram Barbosa, Ismael Silva, Caymmi mas, bem próximo da sua comunidade que lhe entende e prestigia, o mesmo que bandas e artistas distante do samba, como o Barão Vermelho e Marcelo D2 fazem.

A propósito, a gravação de Malandragem dá um tempo, um dos grandes sucessos de Bezerra ganhou na versão do Barão, a sua gravação roqueira definitiva. 

Vídeo: Youtube

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