quinta-feira, 23 de agosto de 2012

"Disse não ao PT, mas digo sim a João"


Entre os candidatos a prefeito de Salvador, pelo menos naqueles de maior densidade eleitoral e maior visibilidade pública pelos cargos que ocupam e pelo maior tempo de exposição no horário eleitoral gratuito, têm algo em comum em suas candidaturas. Todos eles, Nelson Pelegrino, ACM Neto e Mário Kertsez, têm como candidatos a vice em suas chapas um negro, ou um afro-descendente. Para uma cidade eminentemente negra e que parece não ter noção deste potencial, desta força política, soa como um gesto de afago, de igualdade, de compreensão plasticamente negra, mas sem a profundidade de uma democracia racial pretendida. Assim como quem diz: preciso de seu voto, dos votos de sua comunidade, como um sinhozinho branco e letrado frente à negrada da senzala. A exceção da vereadora Olivia Santana, negra politizada, consciente, gente fina e talvez a única motivação que poderá me levar a Salvador para a eleição de 07.10.12, já que os demais figuram apenas como penduricalhos negros, porém com o respeito que merecem como cidadãos e cidadãs baianas.

Aliás, sobre a eleição da capital, está sendo veiculado um filme nos horários destinados ao candidato do PMDB, Mário Kertsez, em que o candidato ACM Neto ao lado do ainda candidato João Henrique e atual prefeito, em que ele diz: “Eu disse não ao PT e digo sim a João”, logo após a sua derrota no 1º turno, em 2008. O “digo sim a João” é repetido várias vezes enquanto são mostradas as mazelas, o lixo, os buracos, os mendigos, o abandono da cidade de Salvador. Logo ele que é o candidato da modernidade, da reconstrução, abandona e se desvencilha do antigo aliado como quem corre de um cão sarnento, cuja companhia é indesejável e perturbadora a sua imagem de moço bom. Mas, a mentira, o oportunismo, a cara de pau sempre foram as armas do “carlismo” que ele representa, tenta reviver e, ao que parece, lamentavelmente, renascerá. Acorda Salvador!

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