domingo, 5 de agosto de 2012

Quero tchu, quero tchá, quero votos já!


Quem imaginava ter feito a assepsia de seus ouvidos, ter se livrado do entulho musical através do esgotamento de execução de “Ah, se eu te pego” ou “Eu quero tchu, eu quero tchá”, se enganou total e eleitoralmente. Não há uma campanha política, seja no interior ou na capital de qualquer estado que não tenha se apropriado daquele lixo sonoro em suas paródias eleitorais.

Até o candidato do PSDB paulista (e há outro?) à prefeitura da capital, o cabeção José Serra está azucrinando os ouvidos paulistanos com “eu quero Serra, eu quero já”, como exemplo de que ninguém está imune à mediocridade. Mas, no caso, por se tratar de um partido e um candidato “quatrocentão” esperava-se paródias com o Bolero de Ravel, a Quinta Sinfonia de Beethoven ou trechos da ópera La Traviata de Verdi. No entanto, a elite resolveu descer à planície, sujas as botas por alguns instantes de social democracia, até para fazer jus a sigla que falsamente ostenta.    

Charge: Bessinha

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