terça-feira, 28 de agosto de 2012

Reeleição e mensalão, uma rima pobre.


O instrumento da reeleição em nosso país foi instituído por Fernando Henrique Cardoso, o sociólogo mulato e beiçudo, através de uma emenda constitucional a reboque de uma armação ainda hoje não explicada, como hoje se explica e se expõe as vísceras de um pretenso “mensalão”. Ele, o tucano de rara plumagem, o ético, o professor por algumas semanas da Sorbonne deve ter conseguido a aprovação de mais quatro anos de mandato para si, pelos seus belos olhos, pelos seus beiços fartos e pelos perdigotos espalhados pela cara de seus interlocutores. Nada de compra de votos, nada de aliciamento em troca de cargos, nada de convencimento via diretoria financeira de uma estatal. Imagina! Tudo tão simples e natural como o chorume que escorre de um aterro sanitário.

Uma das críticas que se faz à reeleição é a permanência do gestor à frente do executivo, tendo ao seu dispor toda a máquina administrativa, o cofre, a caneta, o nariz de cera e a cara de pau, sem qualquer sinal de constrangimento, já que lhe foi dado muito mais do que pedia, muito mais do que merecia.
 
Para não ficar tergiversando enquanto a banda passa, basta olhar ao redor e verificar o que se passa com a candidatura fora dos limites da saia e da sombrinha da viúva e a desenvoltura da própria viúva em busca da reeleição. Quanta diferença! Enquanto de um lado se cotiza tudo, gasolina, fogos caramuru, bandeiras, viagens, carro de som, mão de obra; do outro a fartura invade todos os ouvidos com fogos espocando, não importa dia nem horário, com uma intensidade de fazer inveja a São Pedro, o protetor das viúvas. Cachaça, braços e cabeças à venda, telhas, sacos de cimento, piso de banheiro, pintura de fachada, cesta básica, celulares, vaso sanitário, tudo conforme o figurino da insensatez, daquele jeito que o diabo gosta e, o Ministério Público também.       

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