O instrumento da reeleição em nosso país foi
instituído por Fernando Henrique Cardoso,
o sociólogo mulato e beiçudo, através de uma emenda constitucional a reboque de
uma armação ainda hoje não explicada, como hoje se explica e se expõe as
vísceras de um pretenso “mensalão”. Ele, o tucano de rara plumagem, o ético, o
professor por algumas semanas da Sorbonne
deve ter conseguido a aprovação de mais quatro anos de mandato para si, pelos
seus belos olhos, pelos seus beiços fartos e pelos perdigotos espalhados pela
cara de seus interlocutores. Nada de compra de votos, nada de aliciamento em
troca de cargos, nada de convencimento via diretoria financeira de uma estatal.
Imagina! Tudo tão simples e natural como o chorume que escorre de um aterro
sanitário.
Uma das críticas que se faz à reeleição é a
permanência do gestor à frente do executivo, tendo ao seu dispor toda a máquina
administrativa, o cofre, a caneta, o nariz de cera e a cara de pau, sem
qualquer sinal de constrangimento, já que lhe foi dado muito mais do que pedia,
muito mais do que merecia.
Para não ficar tergiversando enquanto a banda passa,
basta olhar ao redor e verificar o que se passa com a candidatura fora dos
limites da saia e da sombrinha da viúva e a desenvoltura da própria viúva em
busca da reeleição. Quanta diferença! Enquanto de um lado se cotiza tudo,
gasolina, fogos caramuru, bandeiras, viagens, carro de som, mão de obra; do
outro a fartura invade todos os ouvidos com fogos espocando, não importa dia
nem horário, com uma intensidade de fazer inveja a São Pedro, o protetor das viúvas. Cachaça, braços e cabeças à
venda, telhas, sacos de cimento, piso de banheiro, pintura de fachada, cesta
básica, celulares, vaso sanitário, tudo conforme o figurino da insensatez,
daquele jeito que o diabo gosta e, o Ministério
Público também.
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