Os Jogos Olímpicos da era moderna, alem de ser um evento esportivo único no mundo, funciona também como uma vitrine que espelha o poder e a pujança de um povo representante de determinado país. Um exemplo mais que concreto desta demonstração de força e capacidade esportiva foi dado pela Alemanha, em 1936, onde Hitler preparou seu país para encantar o mundo como exemplo do que é capaz uma raça ariana, superior, engendrada nos subterrâneos do regime, que anos mais tarde desaguaria no nazismo.
Outro exemplo de força política e desempenho esportivo foram por algum
tempo dado por Cuba, uma ilha de
dimensões minúsculas, mas cuja participação em Jogos Olímpicos e também nos Jogos
Pan-Americano empolgava os adoradores ou não de Fidel e a sua propaganda subliminar do regime através do esporte.
Com o esfacelamento dos regimes da cortina de ferro, o fim do sonho socialista
e da própria União Soviética que
avalizava todas as iniciativas esportivas da ilha, com ajuda financeira e incentivo
ao esporte, Cuba foi se afastando
dos primeiros lugares onde sempre se apresentava como detentora de um número expressivo
de medalhas conquistadas, só comparável aos grandes países europeus e dos Estados Unidos. Os recursos minguaram
proporcionalmente à conquista das medalhas.
Os índices de
crescimento econômico não são suficientes para aos olhos do mundo esportivo se configurar
mesmo como uma potência esportiva e mesmo econômica. O nosso país é um exemplo disso.
Uma das dez maiores economias do mundo, participante do bloco dos 20 países
mais ricos do planeta tem, teve e lamentavelmente terá sempre um desempenho
pífio, quase humilhante, incompatível com as nossas dimensões e a esta economia
mundialmente propalada. Desnecessário, neste comentário, listar as causas
destas nossas vulnerabilidades esportivas, mas basta lembrar a China cujo crescimento de sua economia
se traduz nas suas mais recentes participações em torneios esportivos em
qualquer parte do mundo, sempre com brilhantismo.
O futebol, a Copa da Mundo, possivelmente tenha uma
visibilidade maior que os Jogos Olímpicos,
mas não espelha esta grandeza buscada pelos países olímpicos, com reflexo longe
das quadras, dos campos, das águas onde as medalhas são conquistadas e retrata
o crescimento e a estabilidade de sua economia e a qualidade de vida de seu
povo. As exceções não comprometem a regra. Fomos por exemplo tricampeões do
mundo de futebol, em 1970, enquanto
nosso país vivia às voltas com ditadores, torturadores, inflação fora de
controle, planos econômicos, prisões, mortes, exílio que conquista alguma pode apagar
ante o mundo civilizado.
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