domingo, 5 de agosto de 2012

As Olimpíadas como demonstração de poder.


Os Jogos Olímpicos da era moderna, alem de ser um evento esportivo único no mundo, funciona também como uma vitrine que espelha o poder e a pujança de um povo representante de determinado país. Um exemplo mais que concreto desta demonstração de força e capacidade esportiva foi dado pela Alemanha, em 1936, onde Hitler preparou seu país para encantar o mundo como exemplo do que é capaz uma raça ariana, superior, engendrada nos subterrâneos do regime, que anos mais tarde desaguaria no nazismo.
Outro exemplo de força política e desempenho esportivo foram por algum tempo dado por Cuba, uma ilha de dimensões minúsculas, mas cuja participação em Jogos Olímpicos e também nos Jogos Pan-Americano empolgava os adoradores ou não de Fidel e a sua propaganda subliminar do regime através do esporte. Com o esfacelamento dos regimes da cortina de ferro, o fim do sonho socialista e da própria União Soviética que avalizava todas as iniciativas esportivas da ilha, com ajuda financeira e incentivo ao esporte, Cuba foi se afastando dos primeiros lugares onde sempre se apresentava como detentora de um número expressivo de medalhas conquistadas, só comparável aos grandes países europeus e dos Estados Unidos. Os recursos minguaram proporcionalmente à conquista das medalhas.  

Os índices de crescimento econômico não são suficientes para aos olhos do mundo esportivo se configurar mesmo como uma potência esportiva e mesmo econômica. O nosso país é um exemplo disso. Uma das dez maiores economias do mundo, participante do bloco dos 20 países mais ricos do planeta tem, teve e lamentavelmente terá sempre um desempenho pífio, quase humilhante, incompatível com as nossas dimensões e a esta economia mundialmente propalada. Desnecessário, neste comentário, listar as causas destas nossas vulnerabilidades esportivas, mas basta lembrar a China cujo crescimento de sua economia se traduz nas suas mais recentes participações em torneios esportivos em qualquer parte do mundo, sempre com brilhantismo.

O futebol, a Copa da Mundo, possivelmente tenha uma visibilidade maior que os Jogos Olímpicos, mas não espelha esta grandeza buscada pelos países olímpicos, com reflexo longe das quadras, dos campos, das águas onde as medalhas são conquistadas e retrata o crescimento e a estabilidade de sua economia e a qualidade de vida de seu povo. As exceções não comprometem a regra. Fomos por exemplo tricampeões do mundo de futebol, em 1970, enquanto nosso país vivia às voltas com ditadores, torturadores, inflação fora de controle, planos econômicos, prisões, mortes, exílio que conquista alguma pode apagar ante o mundo civilizado.   

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