Vai longe o tempo que Paulinho da Viola cantava em “14 anos”, o conselho de seu pai para que ele estudasse filosofia, medicina ou engenharia, já que sambista não tem valor, nesta terra de doutor. Os tempos mudaram e muito, desde a marginalidade a que o samba era relegado, segundo o censo observador de Seo César Faria, pai de Paulinho, para hoje, onde qualquer jovem da classe média larga os estudos universitários para empunhar um violão e soltar a voz em grupos ou em carreira individual. Como se observa nesta avalanche de jovens cantoras brasileiras que surgem com uma rapidez cujo acompanhamento nem sempre é possível e às vezes nos pega de surpresa com quatro ou cinco anos de carreira, sem que houvesse em seu ambiente familiar qualquer sinal de uma iniciação musical.
Não é o caso da jovem cantora paulista Tulipa Ruiz, uma das expressões da nova música brasileira, pois irmã do guitarrista Gustavo Ruiz e filha do músico e compositor Luis Chagas integrante da banda Isca de Polícia que durante muito tempo acompanhou a usina musical de Itamar Assunção. Tulipa lançou este ano seu segundo disco, Tudo tanto e mostra a maturidade e uma firmeza nas composições de quase uma veterana sempre na companhia de bons músicos e letristas. Com música na trilha sonora de novela global, Só sei dançar com você, sempre funciona como uma alavanca na carreira de qualquer artista, com Tulipa Ruiz isto seria até desnecessário, mas não desprezível, em um mercado tão competitivo e sem aquele suporte que um dia foi concedido pelas gravadoras. Dois cafés um dueto com Lulu Santos é um dos grandes momentos de Tudo tanto, mas tem mais, É, Quando eu achar, OK, Like this, são momentos agradáveis de uma artista de quem se espera vida longa na nova música brasileira
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