Imagino os diretores de televisão, responsáveis
pela programação de canais abertos, como a “líder de audiência”, dando de
ombros quanto às reclamações da baixa qualidade de sua grade: “quem quiser algo
mais que Avenida Brasil que vá para
os canais fechados”. Fato, aliás, que já ocorre em grande escala, principalmente,
nos últimos anos, independente da classe social, até porque o bom gosto e a
seletividade, além do prazer do esporte estão acima da grana, como estamos
carecas, eu mais que vocês, de saber.
Esta semana, por conta do horário político
gratuito, gratuidade que leva os donos de emissora de rádio e TV a frequentes ataques de nervos pelos
seus horários nobres jogados ao lixo, sintonizei a emissora Futura, ligada às Organizações Globo. Era um programa sobre língua portuguesa,
apresentando pelo titã Tony Bellotto,
mas tendo como gancho a música popular, onde na verdade hoje se encontra a mais
saudável poesia brasileira, focalizando o trabalho de Edu Krieger, um novo talento de nossa música. Já tinha ouvido nas
vozes do Casuarina, Roberta Sá, Maria
Rita, Pedro Miranda, Aline Calixto, Pedro Luís composições do Edu, sem no entanto associar seu nome
àquelas musicas ou parcerias a outros jovens talentos da canção popular, em
especial o samba. Filho do arranjador e compositor clássico contemporâneo Edino Krieger, desde cedo, Edu teve contato com música e como que
por osmose foi absorvendo a musicalidade doméstica e no playground de suas
brincadeiras, os teatros onde acompanhava seu pai, nos ensaios e concertos em
todo país. Impossível não ser o músico que é, independente do talento que é
nato, apenas vai se burilando com o passar do tempo e com os conhecimentos que
vai se adquirindo à medida que a banda toca.
Suas composições lembra um pouco outro Edu, o Lobo, o que em nada lhe desmerece, muito pelo contrário. Violonista
da linhagem do Gil e Bosco, Edu se revela um letrista
talentoso e original em músicas como Desestigma,
FeiraLivre, Novo amor, A mais bonita de Copacabana são exemplos do talento deste
jovem compositor brasileiro. “Nem todo playboy é maconheiro/nem toda maconha dá
larica/nem todo tesão que bate fica/nem todo mendigo quer dinheiro/nem toda
mulher tem tpm/nem todo pm quer suborno/... nem todo baiano curte festa/nem
todo forró vem do nordeste/nem todo malandro é cafajeste/nem toda riqueza é
desonesta.” (Desestigma) Boas vindas a Edu
Krieger!
Foto: Edu Krieger
Foto: Edu Krieger
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