domingo, 26 de agosto de 2012

Depois de Paulinho, Bosco...Edu Krieger


Imagino os diretores de televisão, responsáveis pela programação de canais abertos, como a “líder de audiência”, dando de ombros quanto às reclamações da baixa qualidade de sua grade: “quem quiser algo mais que Avenida Brasil que vá para os canais fechados”. Fato, aliás, que já ocorre em grande escala, principalmente, nos últimos anos, independente da classe social, até porque o bom gosto e a seletividade, além do prazer do esporte estão acima da grana, como estamos carecas, eu mais que vocês, de saber.

Esta semana, por conta do horário político gratuito, gratuidade que leva os donos de emissora de rádio e TV a frequentes ataques de nervos pelos seus horários nobres jogados ao lixo, sintonizei a emissora Futura, ligada às Organizações Globo. Era um programa sobre língua portuguesa, apresentando pelo titã Tony Bellotto, mas tendo como gancho a música popular, onde na verdade hoje se encontra a mais saudável poesia brasileira, focalizando o trabalho de Edu Krieger, um novo talento de nossa música. Já tinha ouvido nas vozes do Casuarina, Roberta Sá, Maria Rita, Pedro Miranda, Aline Calixto, Pedro Luís composições do Edu, sem no entanto associar seu nome àquelas musicas ou parcerias a outros jovens talentos da canção popular, em especial o samba. Filho do arranjador e compositor clássico contemporâneo Edino Krieger, desde cedo, Edu teve contato com música e como que por osmose foi absorvendo a musicalidade doméstica e no playground de suas brincadeiras, os teatros onde acompanhava seu pai, nos ensaios e concertos em todo país. Impossível não ser o músico que é, independente do talento que é nato, apenas vai se burilando com o passar do tempo e com os conhecimentos que vai se adquirindo à medida que a banda toca.

Suas composições lembra um pouco outro Edu, o Lobo, o que em nada lhe desmerece, muito pelo contrário. Violonista da linhagem do Gil e Bosco, Edu se revela um letrista talentoso e original em músicas como Desestigma, FeiraLivre, Novo amor, A mais bonita de Copacabana são exemplos do talento deste jovem compositor brasileiro. “Nem todo playboy é maconheiro/nem toda maconha dá larica/nem todo tesão que bate fica/nem todo mendigo quer dinheiro/nem toda mulher tem tpm/nem todo pm quer suborno/... nem todo baiano curte festa/nem todo forró vem do nordeste/nem todo malandro é cafajeste/nem toda riqueza é desonesta.” (Desestigma) Boas vindas a Edu Krieger!

Foto: Edu Krieger

Nenhum comentário:

Postar um comentário