Tudo em São
Paulo é grandioso e trágico. Os engarrafamentos, os temporais, os
alagamentos, a folha corrida de Maluf,
a torcida do Corinthians, o Minhocão nada se contenta em si pelo
tamanho, além de monumental tem que ser feio, fora de ordem, de ética, de
esquadro.
O recente incêndio de um prédio residencial no
centro de São Paulo apenas segue o
script de seu drama diário, de seu cotidiano assustador e pouco ou nada difere
de outro incêndio, como o do Edifício
Joelma, em 1974, que reproduzia
um daqueles filmes tragédias de Hollywood,
o catastrófico Inferno Torre, à época.
As
redes de televisão ainda nem sonhavam com os programas “mundo cão” de seus
finais de tarde, mas já colocavam no ar cenas dramáticas de famílias se jogando
dos andares do edifício em chamas ou saltitando na laje de seu heliporto
ardendo em brasa impedindo a chegada de socorro pelo ar, na tentativa de salvar
pelo menos uma das mais de 170 pessoas vitimadas. Desgraça pouco é
bobagem!
Foto: Edifício Joelma em chamas-1974.
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