Quinta feira, dia 31, foi feriado na“cidade
alegre”, o mais novo ócio no calendário municipal, agora em louvor ao Dia do Evangélico, em nome de Jesus.
Ainda que não se saiba exatamente o que venha significar a data, se algum evangélico
foi imolado em praça pública por exercer o seu credo, ou mesmo uma homenagem à
intolerância religiosa, a homofobia, a discriminação racial, ou algum milagre monumental
atribuído a um pastor proeminente no meio. Mas, milagres não contam ou não
deveriam, já que eles, os milagres, representam a essência e a razão de ser
desta proliferação de templos evangélicos em qualquer esquina de qualquer
cidade.
Taí, o pastor Valdemiro Santiago,
misto de evangélico e peão de Barretos,
em sua fúria expansionista e de olho na conquista de um canal de TV, induzindo seu rebanho de fieis a
simular curas milagrosas como forma de pressão às autoridades governamentais
sobre a necessidade de uma concessão televisiva. O milagre depende da TV, que por sua vez depende do milagre,
que puxa o dízimo, que puxa o patrimônio, que forma uma bancada politica, numa
ciranda alucinante de interesses nunca confessados, mas de uma clareza
indiscutível, como só os milagres têm.
No caso da “cidade alegre” ou de qualquer
cidade risonha ou triste a parte visível do jogo é uma bancada de vereadores
dissociada daquilo que seria interesse público da sociedade, mas firme em sua
alienação de jogar para arquibancada, fazendo fita, um afago, um mimo nesta corrente
crescente de ávidos por milagres e de olho na reeleição, no seu próximo mandato.
Será imortalizado como o autor do projeto que criou o Dia do Evangélico, mais um ócio, uma inutilidade pública. Tá
amarrado!
Foto: Valdemiro Santiago
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