domingo, 17 de novembro de 2013

Pela moralidade de nosso futebol.


As manifestações dos jogadores irmanados no Bom Senso Futebol Clube, antes das partidas do Campeonato Brasileiro, cruzando os braços após o apito inicial do juiz ou dando chutões para qualquer canto, como as ocorrências verificadas nas últimas rodadas merecem de nos torcedores ou não, a devida atenção e apoio. Não apenas na adequação dos calendários à capacidade física dos atletas, mas na garantia dos direitos assegurados a qualquer trabalhador, como férias de 30 dias, mas na participação de atletas nas decisões da CBF e das federações regionais. 

Todos sabemos o saco de gatos que e a entidade maior do futebol brasileiro, desde a perpetuação no cargo de alguns dirigentes à troca de suborno, mordomias e caros mimos, compra de votos (ah, a compra de voto...) entre outras bandalheiras das quais as gestões do sogro João Havelange e do genro Ricardo Teixeira são emblemáticas. A CBF continua sendo uma caixa preta e fétida imune a qualquer investigação pela Policia Federal ou por uma Comissão Parlamentar de Inquérito - CPI, já que uma “bancada da bola” incrustada na Câmara dos Deputados aborta qualquer tentativa de abrir seu cofre, suas contas, seus negócios escusos aqui ou longe daqui.

Ainda que não declarado, por temer represálias, as atletas que encabeçam o Bom Senso visam a depender do alcance que o movimento for adquirindo influir no horário das partidas, antiga e sempre atual reivindicação do torcedor. É inaceitável que uma rede de televisão, a TV Globo, através de uma exclusividade garantida pela CBF via processo de concorrência, naturalmente viciada como costumam ser os negócios da entidade futebolística. 

Parece coisa de maluco, imaginar que uma emissora de TV possa determinar os horários das partidas de futebol de modo que não atrapalhe a sua grade de programas, adequando os jogos ao término de suas novelas. Assim, os jogos começam as 22 horas, impondo ao torcedor, que depende de um claudicante sistema de transporte, comum em qualquer grande cidade do país, chegar em casa nunca antes de uma hora da manhã, para ir trabalhar as 05,00 hs. Além de perverso, expõe o torcedor, além do habitual em seu cotidiano, a sanha furiosa da insegurança nacional.

Todo apoio aos nossos atletas em seu movimento que já repercute em vários países, devagar e sempre, sem recuo, pela possibilidade de limpeza em nosso futebol, um bem imaterial precioso ao povo brasileiro.

Foto: Manifestação do Bom Senso.

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