“Um
abraço negro/Um sorriso negro/Traz felicidade/Negro sem emprego/fica sem sossego/Negro é a raiz da liberdade", o bonito samba do grupo Fundo de Quintal foi o cântico de encerramento da missa solene em homenagem ao Dia das Baianas, segunda feira, dia 25/11, na Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, no Pelourinho.
A
originalidade e o inusitado da celebração é que todos estes cantos ditos profanos
foram acompanhados por instrumentos nada convencionais a um templo religioso,
como agogô, caxixi e os atabaques do candomblé, num ritmo que impulsionava à
dança, mesmo que não se quisesse dançar. Contagiante, pura emoção, tudo junto e
misturado como foi a absorção pelo povo de santo dos símbolos do catolicismo,
como forma de vestir um disfarce em sua verdadeira religião de matriz africana.
Por algum tempo eles foram hostilizados pelos cultos tradicionais, algo que os
evangélicos querem reviver numa especie de pataquada inquisitorial, só que
agora contra a loucura e a fúria cristã, há a constituição, a justiça e o
respeito aos direitos da pessoa humana, como a liberdade de culto.
Mas,
finda a missa formou-se um cortejo em direção ao Memorial das Baianas na Praça
da Cruz Caída onde foi servido um caruru, entre outras “comidas de santo” e
o samba rolou até o final da tarde, com a apresentação de vários artistas
locais. De folga na cidade não perdi a oportunidade de participar e presenciar
esta demonstração de fé e de reconhecimento a estas ilustres presenças que
colorem a paisagem urbana com a sua negritude, saia rodada, bata, torso
colorido, colares, sorriso largo e simpatia que caracterizam as baianas de acarajé.
Fotos: Bocão News e pessoal
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