Certa manhã de agosto acordei, fiz o sinal de cruz e ao ficar de pé sentir forte dor no calcanhar esquerdo, o que me impedia, momentaneamente, de me dirigir ao sanitário. Só depois de algum tempo consegui me locomover, ficar definitivamente de pé. A dor no calcanhar continuou durante todo o dia e pelos dias seguintes, impedindo entre outros movimentos o de exercitar as caminhadas matinais.
Não era uma boa noticia para quem qualquer
distancia em Salvador era percorrida
a pé ao invés de utilizar o transporte coletivo, a não ser em situações que
requeresse urgência ou horário marcado, no mais, era andar com fé, na paleta. O
quadro me foi apresentado, por portadores de desconforto semelhante, como esporão,
o que, aqui prá nós, a designação me pareceu bem pior que o próprio mal. Não
havia saída, teria que procurar um ortopedista em Salvador, e foi o que fiz levando o esporão a tiracolo, quer dizer
no calcanhar.
Frente a doutor Ivo Kitaoka, do COT Canela,
tentei evitar o palavrão, mas apresentando os sintomas da doença, certo que ele
mataria a charada do esporão, Doutor Ivo,
no entanto, recomendou uma radiografia e que eu esperasse o resultado que ele
me chamaria de volta ao consultório. De posse da imagem ele foi enfático: é
esporão, "esporão do calcâneo". Ah, bom! O esporão assim é mais familiar do que
café com leite, o problema não é a cura, mas a busca do alivio para o seu incômodo.
É o que continuo buscando, em nova visita a Doutor Ivo, tendo, no entanto, deixado de lado a sua recomendação primeira
para um tratamento à base da fisioterapia, como providencial para a sua dor
pulsante nas primeiras horas da manhã. E lá vou eu, carregando o peso dos anos
e o peso do corpo sobre o calcanhar, quer dizer, do esporão.
Foto: O esporão
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