Ainda que tenha mudado com o passar dos anos, a
característica do mundo futebolístico é marcada pela baixa escolaridade de seus
atletas, sendo a sua grande maioria oriunda dos extratos mais carentes da
sociedade. A existência no meio de jogadores excepcionais e intelectualmente
acima da média como Zico, Junior, Raí,
Sócrates, Falcão, Leonardo, Rogério Ceni entre alguns outros servem prá
justificar a regra.
Basta notar que o primeiro lampejo de craque despertado em um aspirante à carreira é suficiente para um corte de cabelo extravagante, em geral ridículo, pintura igualmente medonha, um par de brincos, um carrão, enquanto a mãe e os irmãos (o pai, há muito se escafedeu) se amontoam em um barraco na periferia das cidades.
Basta notar que o primeiro lampejo de craque despertado em um aspirante à carreira é suficiente para um corte de cabelo extravagante, em geral ridículo, pintura igualmente medonha, um par de brincos, um carrão, enquanto a mãe e os irmãos (o pai, há muito se escafedeu) se amontoam em um barraco na periferia das cidades.
O Juca
Kfouri conta uma história interessante acerca do jogador Garrincha, o anjo de pernas tortas, cuja
genialidade nos campos de futebol não guardava qualquer correspondência com o
cidadão, Mané Garrincha, cujo
comportamento era um misto de infantilidade com debilidade mental. Ao ser
submetido a um teste psicológico, por um terapeuta da Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos – CMTC de São Paulo, em 1958, nos preparativos da seleção para o Mundial daquele ano, Garrincha
chutou alto o “teste do borrão de tinta” ou “das manchas”. Ao ser confrontado
com uma daquelas manchas, pediram para que ele dissesse o que ela representava;
qual uma criança não titubeou: “a cabeçona de doutor Paulo”, o chefe da delegação nacional.
Outra vez, ao explicar um
desenho que ele mesmo tinha feito, um homem pequeno de cabeça grande, ele disse
tratar-se de “Quarentinha, meu
companheiro no Botafogo”. Mas, o
melhor viria em sua demora em fazer uma grande jogada ou mesmo um gol, na
partida amistosa da seleção contra o time italiano da Fiorentina, antes da estreia na Copa do Mundo da Suécia.
Ao ser questionado sobre seu desempenho em campo ele não mediu as palavras:
“estava apenas esperando que o goleiro abrisse as pernas”. Inesquecível Garrincha, a alegria do povo.
Foto: Garrincha
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