Programa musical como o exibido ontem pelo Canal Brasil não teria, jamais, espaço
nos canais abertos e sua desmedida serie de bagulhos a serem vendidos em seus
comerciais, onde entre rápidos intervalos se comprimem uma fauna variada que
atende pelos nomes de Faustão, Eliana, Ratinho,
Raul Gil, Gugu entre outros menos votados.
Que anunciante teria interesse em vender sua
maionese, creme dental, seu sabonete, creme hidratante, frango ou carne em um
programa que celebraria os 70 anos de
Edu Lobo, por exemplo? Claro, que
preciosidades assim teriam que se acautelar com a baixa audiência e
visibilidade dos canais fechados, pois a malta estaria ligada nas vozes
esganiçadas a que seus ouvidos foram acostumados e, as pérolas,
lamentavelmente, continuariam sendo, para poucos.
Edu, como mestre de cerimônia
em sua própria festa, receberia inicialmente, Betânia, que relembraria com ele um disco gravado em conjunto no
inicio de suas carreiras, interpretando em dueto Cirandeiro. Com seu filho Bena
Lobo, a vitoriosa do 3° Festival da
Música Popular Brasileira, da TV
Record, uma parceria com Capinam,
em Ponteio. Daí em diante uma
concentração no repertório composto com Chico
Buarque e apresentado com a participação de Chico e da doce intérprete, a suavidade ímpar da voz de Mônica Salmaso em canções admiráveis como
Beatriz, A história de Lily Braun, A
mulher de cada porto, Bancarrota Blues, Choro bandido, Na carreira. A noite
terminava ali como um acalanto, para o sono que se avizinhava.
Foto: Edu e Betânia
Foto: Edu e Betânia
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