Do ousado disco de Gal, o eletrônico Recanto,
apenas duas músicas não são inéditas, Mansidão
e Madre Deus, embora todas
compostas por Caetano e trazendo a
sua experiência com a Banda Cê que
deu o norte da sonoridade aos seus três últimos discos: guitarras, distorções e
batidas eletrônicas. Em alguns momentos a voz de Gal aparece crua com arranjos minimalistas onde repousa nua
desprovida de qualquer grandiloquência orquestral, privilegiando os versos, a
poesia.
Já conhecia Mansidão em interpretação primorosa de Jane Duboc e que continua sendo a minha audição preferida, mesmo
após a gravação de Gal, onde essa
nudez dos arranjos em nada beneficia a sua emissão, ao contrário empobrece os
versos que carece dessa leveza orquestral para embalá-los, “mansidão, luminosa
paz/minha voz e aquela estrela/Vasto chão, sensação feliz/seda, linha, lã,
cetim”. Caetano em momento de
plenitude.
Foto: Jane Duboc
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