quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Comportamento Geral - Canções da resistência

Marya Bravo é filha de Zé Rodrix que nos anos 70 formou um trio de muito sucesso com seus amigos e Guarabira e que depois enveredou pela carreira solo também com relativa popularidade, até sua morte prematura em 2009. Marya manteve a chama musical de seus pais, já que sua mãe Lizze Bravo também é cantora, e este ano lançou o seu terceiro disco, o curioso Comportamento geral – Canções da Resistência em que moderniza com arranjos pesados e de vertente roqueira canções com que nossos artistas cutucaram o regime militar com as armas disponíveis, a canção e os versos de suas letras.

Assim, causa uma certa estranheza ouvir canções densas, tristes e de indignação política como Pesadelo, imortalizada pelo MPB-4, na voz doce e também potente de Marya, que grita canções que se mostraram doces, ternas para aquele momento, nas vozes de Elis, Betânia ou Clara Nunes, embora necessária, mas que tem agora o seu vigor resgatado. Canções definitivas daquele período como Apesar de você, Roda Viva e Cálice de Chico, Gás neon e Comportamento geral de Gonzaguinha, Demoníaca de Sueli Costa, Sentinela de Milton, Sinal fechado de Paulinho da viola, são revistas. 
Até canções que não tiveram a visibilidade destas acima, mas que foram importantes no repertório do disco Transversal do tempo de Elis, como Meio termo de Lourenço Baeta e Corpos de Ivan Lins, são também lembradas. Vale o registro, de ouvir jovens como Marya sintonizada e homenageando um tempo que foi de seus pais, mas que é hoje parte da história da música brasileira, assim como é o repertório composto por seu pai e que ela já registrou em um disco anterior, intitulado Marya Bravo canta Zé Rodrix, muito bacana.

Fotos: Ilstrativas

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