Marya
Bravo
é filha de Zé Rodrix que nos anos 70
formou um trio de muito sucesso com seus amigos Sá e Guarabira e que
depois enveredou pela carreira solo também com relativa popularidade, até sua
morte prematura em 2009. Marya
manteve a chama musical de seus pais, já que sua mãe Lizze Bravo também é cantora, e este ano lançou o seu terceiro
disco, o curioso Comportamento geral –
Canções da Resistência em que moderniza com arranjos pesados e de vertente
roqueira canções com que nossos artistas cutucaram o regime militar com as
armas disponíveis, a canção e os versos de suas letras.
Assim, causa uma certa estranheza ouvir canções
densas, tristes e de indignação política como Pesadelo, imortalizada pelo MPB-4,
na voz doce e também potente de Marya,
que grita canções que se mostraram doces, ternas para aquele momento, nas vozes
de Elis, Betânia ou Clara Nunes, embora necessária, mas
que tem agora o seu vigor resgatado. Canções definitivas daquele período como Apesar de você, Roda Viva e Cálice de
Chico, Gás neon e Comportamento geral
de Gonzaguinha, Demoníaca de Sueli
Costa, Sentinela de Milton, Sinal fechado de Paulinho da viola, são revistas.
Até
canções que não tiveram a visibilidade destas acima, mas que foram
importantes no repertório do disco Transversal
do tempo de Elis, como Meio termo
de Lourenço Baeta e Corpos de Ivan
Lins, são também lembradas. Vale o registro, de ouvir jovens como Marya sintonizada e homenageando um
tempo que foi de seus pais, mas que é hoje parte da história da música
brasileira, assim como é o repertório composto por seu pai e que ela já registrou
em um disco anterior, intitulado Marya
Bravo canta Zé Rodrix, muito bacana.
Fotos: Ilstrativas
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