Em nossas aulas de geografia no curso primário aprendíamos,
mesmo de forma decorada, que o Rio São
Francisco nasce na Serra da Canastra
em Minas Gerais, ainda que fizéssemos
confusão entre o que era nascente ou foz, pois tudo também era fruto da “decoreba”
para as provas mensais ou finais. Quem não aprendeu ou decorou para sempre,
tanto faz, pois saber agora perdeu o sentido com a morte de sua nascente naquela
serra, em consequência da estiagem na região sudeste do país, por sua vez culpa
do desmatamento.
Este é mais um dos males que vem a afligir o Velho Chico ao longo de seu leito pelos
estados por onde passa, cujo reflexo maior é o baixo nível que às vezes alcança
a Barragem do Sobradinho, bem como a
de Três Maria a primeira a ser construida
em seu curso.
Conheci o São
Francisco na divisão entre Juazeiro
(Ba) e Petrolina (PE), bem antes
da construção de Sobradinho e aos
meus olhos de menino era bonito ver a navegabilidade do rio por grandes
embarcações, bem como a comercialização de sua maior riqueza, o “surubim” cujo
tamanho impressionava tanto pescadores como consumidores de sua carne deliciosa.
O pescado hoje se resume a minguados e humilhantes especies de raquíticas traíras,
em quase extinção. O Velho Chico
agoniza, mas não morre, graças à generosidade de seus afluentes. Resta saber
até quando
Fotos: Ilustrativa
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