quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Velho Chico agoniza, mas não morre

Em nossas aulas de geografia no curso primário aprendíamos, mesmo de forma decorada, que o Rio São Francisco nasce na Serra da Canastra em Minas Gerais, ainda que fizéssemos confusão entre o que era nascente ou foz, pois tudo também era fruto da “decoreba” para as provas mensais ou finais. Quem não aprendeu ou decorou para sempre, tanto faz, pois saber agora perdeu o sentido com a morte de sua nascente naquela serra, em consequência da estiagem na região sudeste do país, por sua vez culpa do desmatamento.

Este é mais um dos males que vem a afligir o Velho Chico ao longo de seu leito pelos estados por onde passa, cujo reflexo maior é o baixo nível que às vezes alcança a Barragem do Sobradinho, bem como a de Três Maria a primeira a ser construida em seu curso.

Conheci o São Francisco na divisão entre Juazeiro (Ba) e Petrolina (PE), bem antes da construção de Sobradinho e aos meus olhos de menino era bonito ver a navegabilidade do rio por grandes embarcações, bem como a comercialização de sua maior riqueza, o “surubim” cujo tamanho impressionava tanto pescadores como consumidores de sua carne deliciosa. O pescado hoje se resume a minguados e humilhantes especies de raquíticas traíras, em quase extinção. O Velho Chico agoniza, mas não morre, graças à generosidade de seus afluentes. Resta saber até quando

Fotos: Ilustrativa

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