O grande jornalista Elio Gaspari (A ditadura envergonhada etc.) com artigos semanais no
Globo e Estadão e reproduzido por
jornais de todo o Brasil, acredito,
trouxe como mote para uma de suas colunas o vestuário dos candidatos a presidência.
A curiosidade foi percebida pela também jornalista Ana Claudia Guimarães quanto às marcas de sapatos, por exemplo,
usada pelos três principais candidatos presidenciais em campanha. Enquanto a candidata a reeleição Dilma Rousseff calça Louis Vuitton, o tucano Aécio Neves, não fica atrás com a marca
italiana Ferragamo com seus sapatos
próximos a R$2.000,00 o par.
A elegância
é fundamental, talvez não essa elegância, mas aquela das palavras, dos gestos e
tão escassos nesta disputa, onde os sapatos acabam sendo pisoteados e
enlameados em ruas que eles mesmos, os políticos, não urbanizaram, não
entenderam a demanda popular. Lembro do candidato Fernando Henrique Cardoso em campanha, também para a Presidência, com aquela boca de
excessivo contorno labial, mas acostumada aos sabores da alta gastronomia
paulista e do mundo, fazendo de conta que estava saboreando a “buchada de bode”
que lhe serviram no Ceará. É tudo
mentira, é tudo figura.
Mas voltando à coluna do Elio e complementando o figurino dos candidatos, vem a informação
de que Marina Silva usa as marcas
nacionais Beira mar e Renner, ao
custo de R$100,00 par. O que me leva a deduzir que, se os sapatos da candidata
refletem esta humildade, esta bagaça, o que dizer dos vestidos, blusas, saias,
além do xale, já que as bijuterias vêm de uma tribo indígena lá do Acre, claro que irromperam de algum
balaio da C&A e da Marisa.
Então, pelo que entendi, Dona Neca Setúbal, sua assessora financeira, só queria mesmo a “autonomia do Banco Central”, depois
largou a moça aí no “populacho”, no “empurra-empurra” das liquidações.
Compreende-se que a grã-fina paulistana temeu que a seringueira pudesse
arranhar, com suas botinas, os mármores dos templos da alta-costura da Delfim Moreira ou Oscar Freire, mas que pelo menos a levasse para a 25 Março, Avenida Sete, Monsenhor Tabosa,
Rua do Ouvidor um mafuá desse e jogasse uns panos legais sobre a marmota.
Assim caminha a humanidade!
Foto: Ilustrativas
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