Dos blocos de cordas, do mesmo Carnaval de Salvador, para o camarote
foi um passo, já que as suas funções se equivalem na característica de
separação de quem pode de quem apenas se sacode como na marchinha carnavalesca,
do qual o bloco Camaleão é o exemplo
mais bem acabado de subserviência e falta de vergonha, por alguns trocados.
Com
seus brancos “parmalat” rodeado de “cordeiros” (puxadores de cordas) que velam
pela sua integridade, o Camaleão
consegue sintetizar o "anti-carnaval", a festa que já foi de todos, hoje permanece
como para alguns, mesmo que uns e outros ainda insistam em melar e encardir a
passarela onde aquela gente estúpida, branca e triste finge brincar o Carnaval.
O filósofo americano Michael Sandel fala que estes camarotes vips são uma ameaça ao espírito democrático e ao ideal do bem
comum, citando que eventos esportivos ou mesmos musicais que são
manifestações públicas de uma momentânea integração social, desaparece com a
segregação estimulada pela existência dos camarotes. Segundo ele “nos Estados
Unidos as elites parecem desesperadas em não se misturar com os demais. Vida
comum é saudável, e uma democracia vibrante precisa de lugares públicos que
misturem diferentes classes sociais”. É isso!
Foto: Camarotes
Nenhum comentário:
Postar um comentário