terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Meus lados B

A sua participação no especial da TV Globo em que a emissora procura “limpar a barra” de seu eterno contratado, o Rei, cuja imagem foi arranhada mo filme Tim, sobre Tim Maia, trouxe o “tremendão” Erasmo Carlos para o alvo da virulência verbal das redes sociais. Junto com noticia da gravação de um DVD e um CD com músicas que na época de lançadas não tiveram grande ou nenhuma repercussão, embora faça parte de seu baú de memória afetiva, desencadeou nova saraivada de impropérios sobre a sua presença no mundo da música, com indelicadezas e grosserias, como “morto vivo”, “deixem esta múmia em paz”. 

Independente de ser o Erasmo, ou qualquer um outro que carregue no rosto os traços e rugas dos anos vividos, tem sempre no seu encalço esta gente para sempre conectada na web e a autores de bobagens inqualificáveis nas redações do ENEM, considerando o mundo um espaço só seu, e sobre ele deitam e ditam regras, frutos da educação familiar que não tiveram.

Mas, Erasmo resiste, como tenta sobreviver à perda de seu filho de 40 anos em um acidente de moto e vai buscando na música o balanço das horas, o alimento para certos dissabores, revirando seu repertório e trazendo para o seu público, canções que merecem nova audição e que não foram devidamente assimiladas, quando de seus lançamentos. 

Com o título de Meus lados B, o cantor e compositor da Jovem Guarda traz de volta à cena, músicas como Maria Joana, que ele nunca cantou em público e que é uma alusão à maconha; Cachaça mecânica a quem se atribuiu um plágio de Construção de Chico ou Estou 10 anos atrasado de seu cultuado LP, Carlos, Erasmo, de 1971. Canções que terão a companhia de Paralelas, De noite na cama, Grilos, Pelas esquinas de Ipanema entre outras. Longa vida ao “amigo do Rei!

Foto: Erasmo Carlos

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