Se alguém procura algo descompromissado, cuja
única intenção seja o riso fácil, no melhor estilo da Companhia Baiana da Patifaria, pode se dirigir ao Espaço Xisto Bahia, na Biblioteca Central, dos Barris, para assistir Nú Buzú. O espetáculo se sustenta na
atriz Tânia Toko e sua visibilidade
a partir dos seus trabalhos, no Bando de
Teatro Olodum e mais recentemente na minissérie global Ó paí ó, em que fez Neuzão,
a dona de um bar no Pelourinho,
frequentado pela comunidade e seus amigos.
Nú Buzú, como a próprio título
sugere, numa linguagem baiana, se passa dentro de um coletivo em que três
personagens, duas donas de casa, uma bisbilhoteira e a outra contida e
evangélica, além de um cabeleireiro gay interagem em um percurso indefinido
onde cada um, aos poucos, vai se inteirando das particularidades da vida do
outro. As situações criadas são aquelas do cotidiano suburbano da cidade, já
exploradas em outros momentos pelo próprio Bando
e pela citada Cia Baiana de Patifaria
que podem parecer aos nossos visitantes, hábitos estranhos, mas que são para
nós, genuinamente baianos, a como diria outro personagem, de outro espetáculo,
“a nossa cara”.
Os próprios atores às vezes não conseguem segurar o riso pelas
suas próprias intervenções, o que revela este descompromisso e a busca do riso
como um divertimento contra as mazelas do dia a dia, numa cidade como a nossa.
Foto: Tânia Toko
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