terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Nú buzú


Se alguém procura algo descompromissado, cuja única intenção seja o riso fácil, no melhor estilo da Companhia Baiana da Patifaria, pode se dirigir ao Espaço Xisto Bahia, na Biblioteca Central, dos Barris, para assistir Nú Buzú. O espetáculo se sustenta na atriz Tânia Toko e sua visibilidade a partir dos seus trabalhos, no Bando de Teatro Olodum e mais recentemente na minissérie global Ó paí ó, em que fez Neuzão, a dona de um bar no Pelourinho, frequentado pela comunidade e seus amigos.

Nú Buzú, como a próprio título sugere, numa linguagem baiana, se passa dentro de um coletivo em que três personagens, duas donas de casa, uma bisbilhoteira e a outra contida e evangélica, além de um cabeleireiro gay interagem em um percurso indefinido onde cada um, aos poucos, vai se inteirando das particularidades da vida do outro. As situações criadas são aquelas do cotidiano suburbano da cidade, já exploradas em outros momentos pelo próprio Bando e pela citada Cia Baiana de Patifaria que podem parecer aos nossos visitantes, hábitos estranhos, mas que são para nós, genuinamente baianos, a como diria outro personagem, de outro espetáculo, “a nossa cara”. 

Os próprios atores às vezes não conseguem segurar o riso pelas suas próprias intervenções, o que revela este descompromisso e a busca do riso como um divertimento contra as mazelas do dia a dia, numa cidade como a nossa. 

Foto: Tânia Toko

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