Quando estou em Morro do Chapéu, a minha breve permanencia acaba coincidindo com a
apresentação de algum grupo teatral da cidade, a que sempre compareço. O apreço
da cidade pela manifestação teatral remonta a um dos seus mais ilustres políticos,
o Coronel Dias Coelho, responsável pela
construção do Teatro Odilon Costa, entre
outros equipamentos culturais oferecidos a sua população como a Sociedade Filarmônica Minerva, a Biblioteca Municipal tão logo passou a
administrar o municipio.
Sábado, por exemplo, foi apresentado no Mercado Cultural, com entranda franca,
o espetáculo As Yabás, que como o próprio
nome sugere são entidades do condomblé e representam as orixás femininas e que
são homenageadas na peça. De acordo com a tradição iorubá, no
principio do mundo, a terra foi representada pela mulher e sobre elas caíram a
responsabilidade de como a terra veio a sustentar o mundo, transformando-se em
deusas do amor e da guerra.
"Eu agora vou cantar/para todas as moças/para todas Yabás/para todas elas". O som dos atabaques e o ponto de candomblé sinalizam o inicio do espetáculo e o apagar das luzes. A entrega das atrizes e a autenticidade de seus
desempenhos, às vezes nos leva a questionar se o que assistimos é um
representação teatral ou uma celebração dos orixás, com seus cânticos, indumentárias,
atabaques e oferendas à plateia, como cravos vermelhos. Salve o Morro!
Foto: As Yabas
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