sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Tim Maia - Uma confusão post-mortem


O filme TIM, sobre o cantor e compositor Tim Maia, pode não ter sido um sucesso de público e crítica como atestam os dias de exibição nos cinemas de todo país, já de fofoca, maledicência e intrigas pode ser considerado um verdadeiro campeão de audiência. Baseado no livro de Nelson Motta, a biografia Vale tudo – O som e a fúria de Tim Maia, o filme chega a utilizar outras fontes de informações para eleborar o roteiro, deixando Roberto Carlos em situação pouco confortável, para quem carrega um reinado, muito embora os reis historicamente sempre foram perversos.

Amigos de infância nos anos 50, eles fizeram parte de um grupo de rock tocando guitarra, até que o Rei caiu na Jovem Guarda pelas mãos de Carlos Imperial, enquanto Tim foi “bater cabeça” nos Estados Unidos até ser preso por porte de maconha. De volta encontrou o Rei no auge da Jovem Guarda, desconhecendo o antigo companheiro, quebrado e mal pago. Aí o livro, e claro o filme pega pesado com o Rei que nega a Tim Maia oportunidade de cantar no seu programa e se recusa em recebê-lo. Até um pedido de grana feito por Tim é atendido por um assessor do Rei que amassa uma ou algumas notas e atira ao chão. A imagem de Tim agachado recolhendo as notas atiradas e de uma indignidade própria dos cafajestes.
A TV Globo que tem com Roberto Carlos um antigo e duradoro contrato de exclusividade não ficou satisfeita com estes arranhões na imagem de seu contratado e tratou de “dourar a pílula”. Adquiriu os direitos do filme para exibição na televisão no formato de uma miniserie, mas em verdade adultureou o seu conteúdo, introduziu depoimentos do próprio Roberto Carlos, Erasmo Carlos e outros amigos para dizerem que sempre ajudaram Tim Maia, deram cama, comida e roupa lavada com bons samaritanos que são ou foram, sei lá. 

O certo é que a “emenda foi pior que o soneto”, pois a história vazou e embolou o angu. Melhor seria ter ficado tudo como estava e não se falava mais nisso, deixando que o Rei se explicasse a Jesus Cristo, Nossa Senhora e as baleias, suas inspirações musicais. Que feio!

Fotos: Ilustrativas

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