domingo, 12 de julho de 2015

Amoroso

Dos discos de João, o João Gilberto, tenho predileção especial sobre Amoroso um dos trabalhos mais emblemático do esquisito e genial João Gilberto, exceto os três primeiros Chega de Saudade, O amor, o sorriso e a flor e João Gilberto que deram régua e compasso rumo à modernidade de nossa música. Caso contrário, não sei não, estávamos até hoje soterrados por boleros, leros e leros e, muita cafonice latina como mostram a música de nossos vizinhos e hermanos, com as exceções de praxe.

Mas Amoroso, para mim, que vivíamos num momento em que as canções tinham que ter algum viés contestador à ditadura que sufocava tudo e todos, vinha adoçar a sisudez de nossa música com um disco de quem andava longe daqui, em carreira internacional, mas trouxe de volta a ousadia e o clarão da sua genialidade. 

A inclusão neste disco de canções estrangeiras como as belas S’wonderful americana, Estate italiana e Besame Mucho mexicana foi como se ele dissesse que a beleza também esta longe daqui e, também ainda aqui com Wave, Tin, tin por tin, Triste, Caminhos cruzados, alterando ritmo e harmonia como se fossem, novas canções. E eram, ou passaram ser. A gravação de Wave é irresistível, vai que é tua João.

Vídeo: Youtube

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