Antes era o MP3, o companheiro de caminhadas, viagens, mesas ou balcões de bar,
local este em que também, às vezes, sou acompanhado por certos livros ou
revistas (freqüentemente a Piauí).
Mas, aí chegou um celular moderno, presente de minha filha, onde armazeno as
músicas que gosto ou que estou em contato naquele momento, deixando o MP3 em algum lugar do passado ou em uma
alguma gaveta do quarto que por certo não mais encontrarei, quando me lembrar
um dia de procurar o minúsculo aparelho.
Esse hábito de ouvir música em bar, portando o
fone de ouvido, já me colocou como pule de aposta de freqüentadores do mesmo
espaço, só que em em outras mesas. Com esses companheiros cervejeiros já rolou uma
adivinhação quanto à música que eu estaria ouvindo. As apostas foram feitas entre
eles e as alternativas variaram entre seresta,
arrocha, jovem guarda, bolero, pagode além de outras francamente
descartadas e não consideradas.
Em determinado momento, um deles se aproximou
de mim, pedindo desculpas pela intromissão e foi direto ao assunto: qual a
música que estava ouvindo naquele instante, motivo da curiosidade e do jogo
bancado por eles. Sem problemas, respondi que ouvia “Coisas do mundo minha nega”, de Paulinho da Viola. O seu espanto e desaprovação quanto à música e
intérprete não mereciam explicações, já que nenhum deles jamais ouviu falar do
que lhe respondi, além do mais “ninguém compreenderia um samba naquela hora”,
como diz a letra do sambista genial.
Foto: Pessoal
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