sábado, 11 de julho de 2015

Eu quero é botar meu bloco na rua

O cantor e compositor capixaba Sérgio Sampaio foi um desses artistas de talento que se viu preso ao estigma de maldito, incompreensível, entre rótulos, que involuntariamente ficou colado em sua carreira, em sua pessoa, por pressa ou desatenção do público e mesmo das gravadoras e seu imediatismo. Produzido por Raul Seixas em inicio de carreira, Sérgio foi alçado à condição de sucesso popular graças a sua participação em um festival da Globo, que deu a Eu quero é botar meu bloco na rua uma grande visibilidade nacional.

A gravadora Phillips viu nele um, novo ídolo popular e nele investiu na gravação de um LP que infelizmente não aconteceu, em que pese boas baladas rocks, sambas em um disco moderno e flertando com a psicodelia própria daqueles anos 70. Mas, não havia outro Eu quero é botar meu bloco na rua, como se o compositor fosse uma máquina de produzir sucessos em serie, como uma linha de montagem. A sua dispensa da gravadora foi questão de poucos meses, o suficiente para aparecer o encalhe do disco nas prateleiras das boas casas do ramo. Uma pena, com o bom e louco Sérgio Sampaio, pois ele não merecia esta desconsideração.

O disco está sendo relançado no mesmo formato, em vinil, já que o CD pode ser encontrado em lojas especializadas em discos raros ou em site para download. De qualquer modo vale ouvir Cala a boca, Zé Bedeu; Odete; Filme de terror; Viajei de trem e bela balada Pobre meu pai com versos tão sugestivos para aqueles anos 70, como Pobre meu pai/A marca no meu rosto/É do seu beijo fatal/O que eu levo no bolso/Você não sabe mais/E eu posso dormir tranqüilo... Hoje meu pai/não é uma questão de ordem ou de moral/eu sei que eu posso até brincar/o meu carnaval/mas, meu coração é outro”. Grande Sérgio! 

Foto: Capa CD

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